Indignada com o adiamento do júri popular do ex-deputado estadual Luiz Fernando Ribas Carli Filho, a deputada federal Christiane Yared tentará conversar com o presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Ricardo Lewandoviski, para entender as razões que levaram o magistrado a decidir pela suspensão do julgamento. Carfi Filho seria julgado nos dias 21 e 22 de janeiro, por duplo homicídio doloso qualificado. Uma nova data só poderá ser marcada depois que o Supremo julgar o mérito da ação.
A ideia da deputada é conversar com o ministro na tarde desta sexta-feira (15), em Curitiba, na sede do Tribunal de Justiça do Paraná (TJ-PR). Lewandowski vai ser homenageado pelo TJ-PR e receberá a Comenda do Mérito Judiciário. “Vou tentar conversar com ele de maneira privada, se ele não me atender, falarei com ele na frente dos demais. Sem problema algum. Quero entender o que leva o Judiciário a tomar uma decisão dessas e suspender temporariamente o julgamento . Mas a luta não está perdida. Vamos batalhar até o fim”, afirma Christiane.
O pedido de habeas corpus foi apresentado pela defesa do ex-parlamentar porque ainda há dois recursos que ainda não foram julgados – um no Superior Tribunal de Justiça (STJ) e outro no próprio STF. Esses recursos sustentam que o caso se trata de um acidente de trânsito e que, por isso, Carli Filho deveria ser julgado por duplo homicídio culposo – sem a intenção de matar. Dessa forma, o réu não iria a júri popular.
O ex-deputado estadual é acusado de ter matado dois jovens – Gilmar de Souza Yared, filho da atual deputada federal, e de Carlos Murilo de Almeida – em um acidente de trânsito em 2009, em Curitiba. Ele responde pelo crime de homicídio doloso eventual. Na época, um exame no hospital onde foi atendido mostrou que Carli Filho tinha 7,8 decigramas de álcool por litro de sangue do ex-deputado. Como o exame foi feito enquanto ele estava desacordado, já está desconsiderado pela Justiça.
Em fevereiro de 2014, a 1.ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça do Paraná (TJ-PR) encontrou mais uma vez indícios de que Carli Filho assumiu o risco de matar ao dirigir em alta velocidade e depois de ingerir bebida alcoólica, e confirmou o júri popular. Posteriormente, o procedimento foi marcado para 21 e 22 de janeiro deste ano.
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