Fazendeiros e indígenas realizaram protestos na manhã de hoje no centro de Campo Grande, capital sul-mato-grossense. Ao mesmo tempo, homens da Força Nacional de Segurança começaram a chegar à região de Sidrolândia (70 km de Campo Grande), o mais recente foco de disputa entre os dois lados.
Vestidos de branco, os fazendeiros promoveram uma carreata que incluiu cavaleiros e algumas dezenas de camionetes de luxo. Do alto do carro de som, um locutor pedia respeito à propriedade privada e o fim da "anarquia indigenista"."O governo federal abandonou a causa indígena", disse Ana Carolina Negrisolli, 25, que portava chapéu e nariz de palhaço. "O Brasil que produz está ameaçado."
Ela disse que na sua região há índios vindos do Paraguai, do sul do Estado e que há vários casos de roubo de gado e de ataques a propriedades privadas, mas que a fazenda da sua família, de mil hectares, não está tomada.
A poucas quadras dali, índios, sem-terra, sindicalistas, artistas e estudantes encerravam uma passeata numa praça. Houve danças e faixas lembrando a morte do terena Oziel Gabriel, 35, baleado durante confronto com policiais, na semana passada.
Surto
A marcha foi prejudicada por um surto de diarreia entre os manifestantes ocorrido na véspera, no acampamento montado ao lado da Universidade Federal do Mato Grosso do Sul (UFMS).
"Tenho certeza de que foram os fazendeiros", disse a estudante de administração Celia Gabriel, prima de Oziel e irmã de Josiel, baleado na terça-feira. "Eles querem acabar conosco, com a nossa cultura."
Em ambas as marchas, a participação foi de algumas dezenas de pessoas, e o comparecimento foi semelhante.
Os 5.000 terenas da aldeia Buriti, de 2.090 hectares, reivindicam uma área de 17 mil hectares na região de Sidrolândia e recentemente tomaram quatro fazendas, desatando a crise. Os fazendeiros alegam que suas propriedades estão regularizadas e prometem resistir em caso de novas ações.
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