Índios de Raposa Serra do Sol defendem demarcação em audiência

Índios de Roraima puderam nesta terça-feira (12), pela primeira vez segundo eles, expor argumentos em defesa da demarcação da Terra Índigena Raposa Serra do Sol (RR) em área contínua, na Câmara dos Deputados. Também participaram da audiência promovida pela Comissão de Legislação Participativa representantes do Ministério Público, do governo federal e de entidades da sociedade civil que apóiam a causa indigenista.

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A 15 dias do julgamento no Supremo Tribunal Federal (STF) de ações que contestam a demarcação da Terra Indígena Raposa Serra do Sol em área contínua, índios de Roraima disseram nesta terça-feira (12) que são constantemente ameaçados pelos agricultores brancos que permanecem na área de 1,7 milhão de hectares e prometeram recorrer a tribunais internacionais caso a decisão do STF não lhes agrade.

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"Nós estamos preocupados pelo invasor que lá se encontra, pois continuam as ameaças, dizendo que vão levar 300 pistoleiros e não vão sair barato de lá. Queremos que as pessoas saiam pacificamente e que a gente fique com a nossa terra", afirmou o coordenador geral do Conselho Indígena de Roraima (CIR), Dionito José de Souza, que acompanhou audiência pública provida pela Comissão de Legislação Participativa da Câmara dos Deputados sobre o tema.

"Vamos buscar os nossos direitos aonde eles estiverem e colocar para o mundo inteiro saber que existem ali povos indígenas e cidadãos brasileiros", acrescentou o líder indígena.

A posição defendida pelos índios foi amparada durante a audiência por declarações da procuradora da República Déborah Duprat. Ela ressaltou que se o STF mudar o tamanho da área demarcada da Terra Indígena Raposa Serra do Sol (RR) cometerá um ato passível de denúncia em cortes internacionais de direitos humanos.

Outro coordenador do CIR, o macuxi Dejacir de Souza, disse que de 1981 a 2008 os índios de Raposa Serra do Sol foram vítimas de 21 homicídios e 86 ameaças de morte provocadas pela disputa por terras.