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Estudantes cobrem as janelas da Reitoria com papel e jornais | Jonathan Campos/Gazeta do Povo
Estudantes cobrem as janelas da Reitoria com papel e jornais| Foto: Jonathan Campos/Gazeta do Povo

Os integrantes do grupo que invadiu e ocupou o prédio da Reitoria da Universidade Federal do Paraná (UFPR), na tarde de segunda-feira (31), divulgaram seis reivindicações que querem ver atendidas para que desocupem o espaço. O primeiro deles é para que seja mantido o processo de negociação com a direção da instituição, mantendo um encontro com a direção na quarta-feira (2). Até o final da tarde deste dia, a ocupação deve ser mantida. Segundo os manifestantes, cerca de 150 pessoas participam do ato.

Mas, afinal, existe “greve de estudantes”?

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Segundo Letícia Duarte, integrante da comissão de comunicação do movimento, outro ponto é a suspensão do calendário letivo da universidade. “Entendemos que como há greve dos técnicos, dos professores e dos alunos, não é viável a manutenção do calendário”, disse. Para isso, teria que ser convocada uma reunião extraordinária do Conselho de Ensino Pesquisa e Extensão (Cepe). No entanto, na segunda-feira a UFPR havia informado que o calendário seria mantido.

Em nota. UFPR repudia a invasão e ocupação da Reitoria

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DCE diz que não participa da ocupação

O Diretório Central dos Estudantes da UFPR (DCE-UFPR) divulgou comunicado nesta terça-feira (1) pela página no Facebook informando que não participa da ocupação dos estudantes na reitoria da universidade. O movimento grevista dos alunos, segundo o DCE, teria repelido a entidade estudantil das decisões da paralisação.

“Essas ações não devem ser banalizadas, nem tomadas de forma inconsequente. Assim, enfatizamos que o DCE UFPR tem sido repelido do cotidiano da greve, tendo inclusive sendo deslegitimado como representante dos e das estudantes”, diz o comunicado. Uma reunião deve ser feita pela atual gestão da entidade ainda nesta terça-feira e, até o término dela, o DCE diz que “não estará envolvido nas atividades da ocupação do prédio central do complexo do campus Reitoria”.

O terceiro ponto diz respeito a não criminalização dos grevistas. “A Reitoria tende a criminalizar qualquer mobilização estudantil. Com isso, reivindicamos o abono das faltas”, disse ela. A solicitação vale para cursos em que não houve adesão dos professores à greve. O grupo também exige (quarto ponto) uma melhora na assistência estudantil, como auxílio-moradia, auxílio-permanência, auxílio-creche, auxílio-alimentação e a casa estudantil.

“Houve o corte de 56 bolsas de pesquisa. Não queremos que ocorram cortes e atrasos nos pagamentos das bolsas”, pediu a porta-voz da mobilização. O quinto ponto pede a devolução do prédio do Diretório Central dos Estudantes (DCE). “A promessa era de que o prédio seria reformado e em um mês seria devolvido para servir de sede do DCE e até agora nada”, disse ela. O sexto ponto exige que todas as promessas e acordos feitos verbalmente com a Reitoria sejam firmados por escrito. Isso porque, segundo ela, muitas promessas não foram cumpridas nos últimos anos. “Queremos uma garantia de que os acordos serão cumpridos”, afirmou Letícia Duarte.

Parte dessas reivindicações foram postadas também em um perfil de Facebook criado especificamente para a greve dos estudantes. Em uma postagem feita por volta das 2h30 da madrugada de terça-feira (1º), eles atribuem a invasão do prédio a uma “intransigência” da direção da instituição durante as negociações com os estudantes, acusando que houve “falso diálogo” e “ameaças”.

Programação da noite de segunda-feira (31) na ocupação da ReitoriaReprodução/Facebook
O movimento

Esta terça-feira começou de forma tranquila em frente ao ocupado prédio da UFPR. A movimentação é fraca no local, com pouca presença de funcionários da universidade. Um dos que apareceu hoje é Fábio Pfaffenzeller, que trabalha no setor financeiro da instituição. Ele foi até o local e contou que não houve maiores transtornos no momento da invasão, sendo apenas que os trabalhadores foram orientados a se retirar pois havia um grupo de manifestantes ocupando o prédio. “Teve um momento de apreensão quando alguns vidros quebraram, mas de resto foi tranquilo”, disse.

Segundo a UFPR, o único ferido durante o momento da ocupação foi um funcionário terceirizado que faz a segurança patrimonial da universidade. Ele tentou impedir a entrada dos estudantes pela porta principal do prédio, mas sofreu uma luxação em um dos braços e um pequeno ferimento ao lado do olho esquerdo. Porém, o funcionário passa bem.

Há movimento de entrada e saída de integrantes do grupo que invadiu o local. No interior do espaço é possível ouvir algumas pessoas batucando. As janelas do prédio foram todas cobertas pelos integrantes da ocupação.

Em nota, UFPR repudia invasão e ocupação da Reitoria

A direção da Universidade Federal do Paraná (UFPR) emitiu uma nota repudiando a invasão do prédio da Reitoria da instituição . Segundo a assessoria de imprensa, o grupo desativou as câmeras de segurança do local.

“A Reitoria da UFPR lamenta que este grupo radical force o rompimento do diálogo e registra que a construção de uma mesa de negociação eficaz exige um ambiente de confiança entre as partes, uma atmosfera que facilite o debate de ideias. A radicalização constrange uma das partes e interrompe o diálogo franco e produtivo. Um processo de negociação não pode ser conduzido sob ameaça da liberdade de uma das partes de exercer plenamente seu mandato em nome de toda sua coletividade. A Reitoria recomenda ponderação e tranquilidade neste momento de tensionamento e aguarda o retorno do bom senso a este movimento e à normalidade institucional”, diz a nota.

Segundo a UFPR, o prédio ocupado congrega as atividades dos Conselhos Superiores, da Procuradoria Federal Especializada na UFPR, da Comissão de Progressão de Pessoal Docente, do Gabinete da Reitoria e da Pró-Reitoria de Planejamento, Orçamento e Finanças. As unidades da Pró-Reitoria são responsáveis por todas as atividades financeiras da UFPR, inclusive pagamentos a fornecedores, a bolsistas e demais obrigações orçamentárias da UFPR.

  • Integrantes da ocupação da Reitoria afixaram cartazes ao prédio
  • Integrantes da ocupação da Reitoria afixaram cartazes ao prédio
  • Integrantes da ocupação da Reitoria afixaram cartazes ao prédio
  • Integrantes da ocupação da Reitoria afixaram cartazes ao prédio
  • Integrantes da ocupação da Reitoria afixaram cartazes ao prédio
  • Alguns dos manifestantes circulam de máscara
  • Movimentação de entrada e saída foi intensa no início da manhã
  • Movimentação de entrada e saída foi intensa no início da manhã
  • Manifestantes usam papel e jornal para bloquear as janelas do prédio
  • Movimentação de entrada e saída foi intensa no início da manhã
  • Movimentação de entrada e saída foi intensa no início da manhã
  • Movimentação de entrada e saída foi intensa no início da manhã
  • Estudantes divulgam o perfil do Facebook por onde pretendem atualizar as informações sobre a ocupação
  • Estudantes divulgam o perfil do Facebook por onde pretendem atualizar as informações sobre a ocupação
  • Estudantes escondem o rosto ao sair do prédio da Reitoria
  • Estudantes divulgam o perfil do Facebook por onde pretendem atualizar as informações sobre a ocupação
  • Estudantes divulgam o perfil do Facebook por onde pretendem atualizar as informações sobre a ocupação
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