Integrantes do Movimento dos Trabalhadores Sem-Teto (MTST) ocuparam temporariamente o prédio da Prefeitura de Curitiba na manhã desta quarta-feira (8). Cerca de 150 pessoas estavam no ato, que tinha por objetivo conseguir uma reunião com o prefeito Gustavo Fruet (PDT). Eles querem discutir a situação das 800 famílias que vivem na Ocupação Tiradentes, na CIC, e correm o risco de ser despejadas do local.
Após a ocupação, o prefeito Fruet recebeu 10 integrantes do movimento para discutir o assunto. A reunião durou perto de uma hora. Segundo uma das coordenadoras do MTST de Curitiba, Silvia Malatesta, houve o comprometimento do poder público em intervir para evitar o despejo dessas famílias. “O prefeito se comprometeu em auxiliar na busca por uma solução para encontrar moradia para essas pessoas”, afirma. Será montado um grupo de trabalho do movimento e dos moradores junto ao poder público e Ministério Público para estudar as alternativas.
“Há duas opções levantadas. Uma é a prefeitura ceder um novo terreno e a outra é as famílias permanecerem onde estão e o poder público tentar regularizar o local”, afirma Silvia. O grupo dos manifestantes é formado por moradores das ocupações Nova Primavera, 29 de Março e Tiradentes, todas na Cidade Industrial de Curitiba (CIC). Essas pessoas montaram um acampamento em frente à prefeitura. Com o fim da reunião, o acampamento deve ser interrompido nesta tarde. “Se as promessas não forem cumpridas voltaremos a protestar”, afirma a coordenadora.
MST faz ato em Curitiba contra Michel Temer e ocupa prédio do Incra
Leia a matéria completaAlém dessa pauta, eles querem solicitar mais agilidade na regulamentação da Lei do Aluguel Social, sancionada desde julho de 2015, e aumento dos recursos para habitação (hoje em menos de 1% do orçamento) . No encontro com Fruet ficou estabelecido que será montado um grupo para estudar as viabilidades orçamentárias para tirar o projeto do papel.
“Não podemos ficar só com a negativa, dizendo que não há verbas. É preciso estudar formas para se implantar a Lei”, pontua Silvia. Por meio da assessoria de imprensa, o prefeito Fruet reafirmou a posição da Prefeitura de promover o diálogo e buscar alternativas que evitem uma solução traumática.
O prefeito explica que, por se tratar de uma área particular, a Prefeitura tem limitações para intervir no caso. Mas defendeu que nenhuma providência seja tomada antes que se encontrem alternativas para as famílias que ocupam a área. ”Precisamos ter o tempo necessário para encontrar alternativas, em conjunto com todos os envolvidos na questão”, afirma o prefeito.
Ocupação Tiradentes
Mais de 800 famílias que há pouco mais de um ano vivem na ocupação Tiradentes, localizada na Cidade Industrial de Curitiba, sofrem a angústia de se verem relegados ao olho da rua. A Justiça já expediu uma ordem para que a área – de 145 mil metros quadrados, envolvida em disputas judiciais – seja desocupada e restituída à Essencis Soluções Ambientais, empresa que mantém um aterro sanitário no terreno ao lado. Até agora não há uma solução, mesmo que paliativa, do poder público para assistir essas pessoas, que vivem em condições de pobreza extrema.
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