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Pelo menos 4,2 milhões de pessoas serão prejudicadas diretamente pela interdição de cinco pontes na Marginal do Tietê, para que o governo estadual entregue a nova pista até o fim de março do ano que vem. Três milhões de passageiros de linhas de ônibus municipais que partem ou seguem para a zona norte da cidade e passam por essas pontes vão gastar 50% a mais do tempo que levam hoje para concluir a viagem. Motoristas e passageiros dos 1,2 milhão de veículos que usam a Marginal diariamente terão de encarar queda de até 15% na velocidade média.

As primeiras interdições começam na segunda (19) às 23 horas, nas Pontes da Freguesia do Ó, da Casa Verde e Jânio Quadros (da Vila Maria). Elas terão entre uma e três faixas fechadas para o tráfego. Em novembro, serão interditadas também as Pontes do Limão e das Bandeiras. Em alguns momentos esses acessos terão um dos sentidos totalmente bloqueados. Pelas três pontes circulam diariamente 631 mil usuários de ônibus em 83 linhas. A SPTrans informou que os itinerários das linhas não serão alterados.

A medida, considerada drástica por especialistas de tráfego, está sendo adotada justamente no período do ano em que o trânsito da cidade, naturalmente, já fica prejudicado por causa das compras de Natal. Além do corredor norte-sul, a região da Rua 25 de Março e do bairro do Brás, próximas a Marginal do Tietê, devem ficar ainda mais congestionadas.

Ainda assim, o prefeito Gilberto Kassab (DEM) insiste em dizer que a escolha deste período do ano para as interdições deve-se ao fato de haver menos fluxo de veículos. "Foi privilegiado o período de férias escolares. Novembro é praticamente o fim das aulas."

MEDIDAS DA CET

Nas ruas localizadas perto das pontes que serão interditadas, a CET planeja a instalação de faixas reversíveis, desvios, mudança de sentido e até proibição de estacionamento. Os semáforos também devem ser trocados para dar conta da demanda de veículos que deve migrar para essas ruas alternativas.

As pontes serão interditadas para que possam ser alongadas - um vão com 16 metros de extensão será escavado debaixo de cada uma. O espaço é necessário para dar passagem à terceira pista da Marginal do Tietê. Inicialmente, a empresa de Desenvolvimento S A. (Dersa), vinculada ao governo do Estado e responsável pela obra, pretendia suspender as pontes com estais e assim eliminar os pilares do canteiro central. Mas só percebeu que a ideia não daria certo três meses após o início das obras.

SEM VÍNCULO ELEITORAL

O secretário municipal de Transportes, Alexandre de Moraes, afirmou que o período da obra foi escolhido levando em consideração o custo do projeto e a meteorologia, já que janeiro é o mês da chuva na cidade. Os prazos de entrega da obra, no entanto, coincidem com o cronograma eleitoral.

A interdição das pontes termina em fevereiro e as pistas serão entregues em março. No mês seguinte, o governador José Serra terá de deixar o cargo caso seja escolhido candidato do PSDB à Presidência da República.

Os novos viadutos previstos no projeto da Nova Marginal serão entregues em outubro, o mês das eleições. "Não tem vínculo político-eleitoral. Foram levados em conta os serviços de engenharia", afirmou Moraes.

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