Um comparativo dá uma mostra de quão alto é o valor que o governo do Paraná decidiu investir em rodovias antes de concedê-las para a iniciativa privada em 2016.
Os R$ 480 milhões destinados no orçamento para fazer duplicações e outras melhorias nas estradas representam mais dinheiro do que costuma ser aplicado anualmente em obras no chamado Anel de Integração (conjunto de rodovias que compõem o atual sistema paranaense de concessões).
Ao longo de 17 anos, as cinco concessionárias investiram R$ 4 bilhões (em valores não corrigidos pela inflação).
À exceção de 2014, quando o valor se aproximou de R$ 600 milhões, em todos os anos anteriores as empresas investiram bem menos do que o governo paranaense pretende gastar em rodovias como as PRs 445, 466, 280, 317 e 092 antes que sejam concedidas à iniciativa privada.
Governo vai duplicar rodovias que pretende pedagiar em 2016
Obras orçadas em R$ 480 milhões fazem parte do pacote de R$ 1 bilhão em investimentos previsto para o ano que vem
Leia a matéria completaÉ preciso considerar que os valores a serem investidos dependem do cronograma de obrigações de cada concessionária. Há anos em que os montantes são mais vultosos e, em outros, mais acanhados.
Como a Gazeta do Povo mostrou na edição de domingo (25), a intenção do governo é de fazer a chamada concessão com subsídio. Significa que ele banca parte dos gastos das concessionárias para que o valor da tarifa seja menor. O dinheiro seria repassado para as vencedoras da licitação.
A convocatória para as empresas que querem administrar as rodovias será feita em novembro. As interessadas é que farão os projetos de engenharia. Os locais das praças de pedágio, o montante aplicado pelas empresas e o valor das tarifas ainda não estão definidos.
A partir do modelo adotado pelo governo paranaense, as empresas interessadas em administrar as rodovias é que fazem o projeto das obras que o trecho deve ter. É o chamado Procedimento de Manifestação de Interesse (PMI).
Nessa lógica, a empresa arca com as despesas do projeto e é ressarcida caso não seja a vencedora da licitação que escolhe a concessionária. Nas últimas vezes em que o governo recebeu projetos assim, as propostas foram engavetadas, sem render nada para as empreiteiras.
A Triunfo ficou responsável pela PR-445, de Londrina a Tamarana, e pela PR-092, de Jaguariaíva a Cornélio Procópio. Já a Dalba projetou a PR-280, de General Carneiro a Francisco Beltrão.
O retrospecto pode desestimular empresas na hora de participar do novo projeto de concessões.
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