O Programa Antártico Brasileiro (Proantar) teve pouco mais da me­­tade de seu orçamento efetivamen­­te gasto no ano passado. Se­­gundo dados do Senado e do site Contas Abertas, o orçamento do Proantar tinha recursos da ordem de R$ 18,3 milhões, mas apenas R$ 9,2 mi­lhões foram pagos. Além disso, mais R$ 1,8 milhão foram gastos com restos a pagar de orçamentos anteriores, chegando a um total de pouco mais de R$ 11 milhões. É o menor montante desde 2005.

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Em 2010, o orçamento previsto foi da mesma ordem, mas a execução chegou a 146%, considerando também os restos a pagar. O governo gastou R$ 15,8 milhões do valor inicialmente previsto naquele ano e mais R$ 11 milhões de restos a pa­­­­gar de anos anteriores, chegando a um total de R$ 26 milhões. Es­­se valor foi extraordinário: nos outros anos, entre 2006 e 2011, os gastos oscilaram entre R$ 19 mi­­lhões e R$ 11 milhões, dependendo do ano.

Histórico

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Até 2005, as verbas para o Proantar eram pequenas. Entre 2001 e 2005, o total efetivamente pago não ultrapassava os R$ 5 milhões. Antes disso, a verba era ainda menor. Segundo o pesquisador do Núcleo de Pes­­quisas Antárticas e Climáticas da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) Jefferson Cardia Simões, em 1998 o valor empenhado pelo governo federal no Proantar foi zero.

O programa passou a ter uma verba mais robusta a partir de 2006, quando o governo gastou R$ 14 milhões no suporte a pesquisas na Antártida. Para a bióloga Lu­­célia Donatti, coordenadora da pós-graduação em Ecologia e Con­­servação da Universidade Federal do Paraná (UFPR), a Frente Parla­mentar de Apoio ao Programa An­­tártico, criada em 2007, foi importante na consolidação desse movimento. Já Simões pontua, também, que o governo Lula foi positivo para os cientistas da Antártida, sendo que o dinheiro previsto em dotações orçamentárias dos anos entre 2007 e 2009 está sendo gasto até hoje.

Entretanto, Simões mostra preocupações sobre o futuro dos investimentos no continente, já que os programas estão sendo afetados pelos cortes orçamentários feitos pelo governo Dilma. Havia o temor de que começaria a faltar dinheiro para o Proantar a partir de 2013. Entretanto, o incêndio deve mudar essa perspectiva.