Policiais da Delegacia de Homicídios e da polícia técnica iniciaram, pouco antes das 11h desta sexta-feira (8), a reconstituição do caso da morte do menino Juan Moraes, de 11 anos. O menino morreu ao ser atingido durante um confronto entre a polícia e traficantes na Favela Danon, em Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense.
Segundo a polícia, uma das principais testemunhas do caso, Wesley Moraes, de 14, irmão de Juan, participa da simulação. Ainda não está confirmado que o amigo do menino, Wanderson dos Santos de Assis, 19 anos, irá ao local. Anteriormente, a polícia disse que os dois estariam na reprodução. Ambos foram baleados no confronto. Por estarem no Programa de Proteção de Testemunha, a imprensa não pode acompanhar a reconstituição.
Além das testemunhas, os quatro policiais militares do 20º BPM (Mesquita) que estavam no dia do incidente também participarão. Eles foram afastados na quarta-feira (6) pelo comandante-geral da PM, coronel Mário Sérgio Duarte.
Mais de 10 policiais da Coordenadoria de Recursos Especiais (Core) isolaram o local onde aconteceu o incidente e ainda ruas que dão acesso ao beco da comunidade.
A Polícia Civil informou que será feita a marcação de onde cada pessoa estava no momento do confronto. Como Juan foi atingido durante a noite, a simulação deve acontecer até que anoiteça.Enterro
O corpo de Juan Moraes, que estava desaparecido desde o dia 20 de junho, foi enterrado na noite desta quinta-feira (7) no Cemitério municipal de Nova Iguaçu.
A mãe de Juan e o irmão Wesley estão incluídos no Programa de Proteção a Crianças e Adolescentes Ameaçados de Morte (PPCAAM).Confirmação da morte
A confirmação da morte de Juan foi dada pela chefe de Polícia Civil, Martha Rocha, na quarta-feira (6). Segundo ela, o corpo do menino foi encontrado na quinta-feira passada (30), no Rio Botas, em Belford Roxo, na Baixada. O local onde o corpo estava fica a cerca 18 km do local onde o menino foi visto pela última vez. Inicialmente, a perícia disse que o corpo encontrado à beira do rio era de uma menina. Depois foram feitos exames de DNA, que comprovaram que o corpo era de Juan.
"Mesmo que, muitas vezes, a gente erre, como a polícia errou, essas pessoas vão ser responsabilizadas por esse erro, e se, por ventura, esses policiais tiverem qualquer tipo de participação neste fato horrendo, eles vão ser punidos exemplarmente", afirmou o secretário de Segurança Pública do Rio, José Mariano Beltrame.
Dois exames de DNA
A confirmação da morte veio através de dois exames de DNA e o material coletado para a identificação do corpo de Juan veio da tira da sandália usada pelo menino quando ele desapareceu, de acordo com o diretor de polícia técnica, Sérgio Henriques.
Ainda de acordo com Henriques, no estado de decomposição em que estava o corpo encontrado era difícil atestar o sexo da criança sem o teste de DNA.
Erro de perita
Segundo Martha Rocha, serão instaurados dois procedimentos. Um deles será para analisar o laudo e o parecer emitido pela perita, já que os resultados do IML e do exame de DNA estavam diferentes. O outro procedimento, segundo a chefe de polícia, é para avaliar as ações adotadas pela 56ª DP (Comendador Soares).
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