As importações do Japão de carne de frango brasileira não devem ser afetadas pelo último caso de Newcastle ( saiba mais sobre a doença ), identificado numa propriedade do Rio Grande do Sul, já que Tóquio restringirá as compras apenas de uma pequena região, disseram autoridades japonesas na sexta-feira.
O Brasil, maior exportador de frango, confirmou na quinta-feira um foco de Newcastle -- que não é prejudicial à saúde de humanos -- em aves de uma pequena propriedade em Vale Real, a 90 quilômetros de Porto Alegre (RS).
Dentro de um acordo bilateral sobre saúde animal e comércio de carnes, o Japão tem permissão para suspender as importações de frango proveniente de um raio de até 50 quilômetros da área afetada para evitar a contaminação de animais domésticos.
- Na área afetada não estão localizadas grandes unidades de processamento de carne de frango - afirmou fonte de uma trading japonesa, acrescentando que a restrição imposta pelo Japão não deve ameaçar a oferta de frango brasileiro para o país.
O Japão irá encerrar a restrição 90 dias após o registro da doença, afirmou uma autoridade do Ministério da Agricultura japonês.
O Brasil tornou-se o principal fornecedor de carne de frango "in natura" para o Japão depois que o país proibiu as importações da Tailândia e da China em 2004 devido aos casos de gripe aviária nos dois países asiáticos.
No ano passado, o Japão importou um total de 420 mil toneladas de frango, das quais 380 mil (ou 90 por cento) eram de origem brasileira. O restante tinha origem americana e chilena, segundo outra autoridade do Ministério da Agricultura do Japão.
A fonte acrescentou que a suspensão teria efeito reduzido na oferta de frango no Japão já que os estoques de produto importado estão elevados -- encontravam-se em 120 mil toneladas no fim de abril.
O Ministério da Agricultura do Brasil afirmou na quinta-feira que uma zona de proteção havia sido estabelecida num raio de três quilômetros ao redor do foco, assim como uma zona de vigilância, num raio de dez quilômetros. Também foram tomadas ações de restrição de trânsito de animais e produtos de risco na região.
O Brasil estava sem registro da doença desde 2001, quando um foco foi identificado em Goiás.
A associação dos exportadores brasileiros divulgou que não espera um impacto nas vendas do Brasil. A entidade citou que as medidas de contingência foram adotadas, assim como em 2001, quando não houve impacto da doença nas exportações.