"Me perdoem se for preconceito, mas essas médicas cubanas têm uma cara de empregada doméstica. Será que são médicas mesmo?"O comentário, postado no Facebook por uma jornalista em referência às profissionais que vieram ao país pelo programa Mais Médicos, provocou uma onda de revolta nas redes sociais.

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Michelline Borges, que vive no Rio Grande do Norte, escreveu mais: "Aff, que terrível. Médico, geralmente, tem postura, tem cara de médico, se impõe a partir da aparência... Coitada da nossa população. Será que eles entendem de dengue? E febre amarela? Deus proteja o nosso povo!", completou.

Os comentários foram compartilhados por centenas de usuários no Facebook e no Twitter, que classificaram de "xenofobia" e "racismo" as declarações de Michelline.À reportagem a jornalista - que já trabalhou em TVs locais e hoje não está vinculada a nenhuma empresa - disse que "errou" e que o comentário tomou uma proporção inesperada.

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"Falei em um momento infeliz. Não tenho preconceito com ninguém, trato bem as pessoas, sei o valor de cada profissão e realmente peço desculpas aos empregados domésticos, aos jornalistas, aos médicos. As pessoas cometem erros e tenho humildade para reconhecer quando acontece comigo."

Diante da repercussão negativa, Michelline apagou não só o post mas também o perfil no Facebook. A intenção, disse ela, foi evitar mais polêmica.

"Existem assuntos mais importantes do que o depoimento de uma pessoa que ninguém sabe quem é. Que é um grão de arroz no meio do oceano. Espero que as pessoas parem de polemizar porque essa não foi minha intenção", acrescentou.

O diretor administrativo do Sindicato dos Empregados Domésticos do Rio Grande do Norte, Israel Fernandes, avaliou o episódio como "lamentável" e disse que o sindicato vai analisar se cabe uma ação contra a jornalista.

"Isso que ela escreveu foi um desaforo. Foi discriminação, racismo, foi tudo. É difícil acreditar que em pleno século 21 um jornalista pense assim", disse.

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