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Aos 23 anos, Daniel Perin  vê a dança como uma busca contínua de aperfeiçoamento | Acervo pessoal/Daniel Perin
Aos 23 anos, Daniel Perin vê a dança como uma busca contínua de aperfeiçoamento| Foto: Acervo pessoal/Daniel Perin

Nascido e criado em Francisco Beltrão, no interior do Paraná, Daniel Perin é um jovem de 23 anos sábio e sereno. Como muitos dos artistas, teve seu chamado logo cedo, aos oito anos de idade. Na época, ainda pequeno e sem instrução sobre a arte da dança, impressionou-se ao ver na televisão o Dança de Rua do Brasil, um dos grupos de street dance mais famosos da América Latina. Foi depois de 15 anos que Perin alcançou o sonho de levar a sua dança para o mundo: em julho deste ano fez uma audição e foi selecionado para atuar na companhia de dança alemã Theater Ulm.

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Entre os 43 participantes da seleção, apenas um casal seria premiado com um contrato de trabalho de dois anos para se apresentar na cidade de Ulm, na Alemanha. Perin e a bailaria Beatriz Caravetto foram os felizardos, escolhidos após mostrarem sua versatilidade aos jurados. “Fomos avaliados em três etapas: uma aula de balé clássico, outra de dança contemporânea e uma coreografia em par, em que eu e a Beatriz dançamos juntos”, explica o dançarino.

Michael Jackson foi uma das influências do início da jornada do artista, que só começou a sua educação formal na dança aos 14 anos. “Naquela época a internet ainda era bem limitada, mas era por lá que eu procurava os vídeos de coreografias que eu via com os meus amigos e tentava imitá-los”, conta. Anos depois, se inscreveu em um projeto de hip hop de um colégio da cidade. Aos 15 anos, tornou-se professor voluntário na ONG Santa Aliança, que atende crianças carentes de Francisco Beltrão.

“Foi aí que eu percebi que era isso que eu queria para a minha vida!”, afirma o dançarino que, desde então, vem buscando se especializar em outras cidades. “Fui atrás de outras pessoas que pudessem me ensinar mais em Curitiba”, diz.

Aos 16 anos fez seu primeiro curso na capital durante a Mostra Paranaense. No ano seguinte, conheceu um novo estúdio de dança, onde entrou fazendo aulas de hip hop e seguiu para o balé clássico e o jazz. Dali para frente foi convidado pela Universidade Paranaense para desenvolver seu projeto na faculdade. Enquanto a dança se tornava cada vez mais forte na sua vida, Perin percebeu que, apesar de ter gosto em ensinar, ele queria aprender mais. “Eu começava a sentir que precisava ir embora da minha cidade para alcançar um nível maior na dança. Se eu ficasse por lá, talvez fosse um bom professor, mas seria um bailarino frustrado”, defende.

O pressentimento do rapaz estava certo. Em 2015 uma apresentação da Mostra Paranaense de Dança – na qual marcava presença desde 2011–, lhe rendeu um lugar na Cia de Dança Masculina Jair Moraes. “O Jair é uma pessoa incrível, o modo como ele sabe direcionar o bailarino é excepcional”, garante Perin que acredita que o sexo masculino ainda não tem tanto incentivo na dança no país. “O dançarino brasileiro enfrenta uma situação complicada, não existe um encorajamento desde a infância para nós assim como tem para as mulheres. Por isso, ter feito parte da companhia dele foi essencial para mim”.

Perin permaneceu na Cia durante, exatamente, um ano. Começou a trabalhar com Moraes, que é maître do Teatro Guaíra, no dia 17 de agosto de 2015 e deixou o posto no dia 18 de agosto deste ano, doze dias antes de desembarcar na Europa.

Caminho de sucesso

O êxito na dança do jovem paranaense tem duas bases: o apoio de sua mãe e a filosofia de vida que norteia sua paixão pelo trabalho. Para ele, dançar é uma busca diária, de superação e foco. “Acredito que para ter sucesso não basta só trabalhar duro. É necessário ter inteligência emocional ao lidar com as situações e com as pessoas”, afirma o jovem.

Quem mais incentivou e apoiou Perin na sua carreira foi sua mãe. “Quando ela percebeu que eu gostava de dançar, me incentivou para que eu continuasse. É dela que eu tiro o exemplo de um ser humano íntegro, uma mulher que criou os dois filhos sozinha. Levo ela como modelo para a vida”, finaliza o bailarino.

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