Estudo feito pelo Ministério da Saúde revela que jovens gays usam menos preservativo do que jovens heterossexuais. O trabalho conduzido em 10 capitais, mostra que 53,9% dos homossexuais entre 13 a 24 anos usaram camisinha na primeira relação sexual, índice abaixo dos 62,3% registrados entre heterossexuais na mesma faixa etária. O trabalho, coordenado pela pesquisadora Ligia Kerr, da Universidade Federal do Ceará, foi apresentado hoje, durante o 8º Congresso Brasileiro de Prevenção das DSTs e Aids, realizado em Brasília.

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Nas relações com parceiros fixos, os percentuais também são mais baixos entre jovens gays: 29,3% usam camisinha, enquanto entre jovens heterossexuais a média é de 34,6%. Os únicos índices semelhantes entre as duas populações são o de uso de camisinha com parceiros casuais. Nesses casos, 54,3% dos gays entre 13 e 24 anos dizem usar preservativo. Entre em jovens do sexo masculino em geral, o percentual é de 57%.

Os números revelados pela pesquisa ajudam a explicar recentes dados epidemiológicos divulgados pelo governo. Entre meninos na faixa etária entre 13 a 19 anos, há mais casos de aids por transmissão homossexual (33,5%) do que heterossexual (28,3%).

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O comportamento de maior risco revelado entre jovens gays destoa de outros dados apontados no trabalho. O estudo indica que os homossexuais em geral são mais bem informados, procuram mais centros públicos de saúde para fazer testes de HIV e ter acesso a preservativos. Dos gays ouvidos na pesquisa, 23,5% disseram ter feito teste de HIV nos últimos 12 meses, o dobro do que foi constatado entre heterossexuais na Pesquisa sobre Comportamento, Atitudes e Práticas Relacionadas às DST e Aids da População Brasileira, realizada em 2008: 11,2%.

Outro dado que chama a atenção no trabalho é o alto grau de preconceito a que gays estão expostos. Entre homossexuais ouvidos no estudo, 12,4% disseram já ter sido agredido fisicamente, 51,3% disseram já ter sido discriminados no trabalho e 29,6% ter sofrido discriminação por causa da orientação sexual alguma vez na vida. O estigma está presente também nas escolas e ambientes religiosos: 28,1% disseram ter sido discriminados no ambiente escolar e 13%, em locais de prática religiosa.