Os sobreviventes do incêndio em uma boate de Santa Maria (RS), que deixou mais de 245 mortos, deram depoimentos sobre a tragédia ao "Diário de Santa Maria" e o canal a cabo "Globo News". Veja os relatos:
Segurança da boate, Rodrigo Moura, de 20 anos, estava no palco no momento em que o sinalizador foi disparado. Ele conta que pegou um extintor de incêndio para conter as chamas, mas instrumento não funcionou. Segundo ele a boate estava com lotação máxima, que seria entre mil e duas mil pessoas.
Uma jovem que não quis se identificar contou que após o disparo de um fogo de artifício houve um clarão muito grande seguido de uma fumaça preta. As pessoas começaram a se desesperar e, na tentativa de fugir, algumas caíram no chão e foram pisoteadas. Ela conta que só conseguiu se salvar porque estava próxima da única porta do prédio.
Ezequiel Corte Real, 23 anos, estava na boate quando o incêndio começou. Ele conta que ajudou muitos a saírem, mas admite que foi muito difícil se salvar. "Eu só consegui sair porque sou muito forte", disse ao "Diário de Santa Maria".
O bancário Alberto Tessmez, de 35 anos, estava dando voltas de carro pela cidade com amigos quando percebeu a movimentação em frente a boate Kiss, na Rua dos Andradas. Ele contou que ajudou pelo menos 50 pessoas a sair da boate. Segundo ele, a fumaça era muito densa, o que dificultou na retirada das pessoas.
A estudante Taynne Vendrúsculo contou para a "Globo News" que só conseguiu sair da boate porque estava perto da porta de saída. Ela conta que as pessoas que estavam perto do palco não conseguiram deixar a casa noturna. "Um amigo viu o fogo. Saímos rápido, dentro de dois minutos após o incêndio Foi muito rápido para o fogo se alastrar. Saímos e fomos para o estacionamento de um supermercado, que fica em frente. Temíamos alguma explosão" contou a menina à emissora, que disse ainda que estava em estado de choque. "Não consigo saber notícias de três amigos, se eles estão bem ou não. Foi tudo rápido".
Luana Santos Silva, 23 anos, contou para a "Globo News" que o fogo se alastrou muito rapidamente: "Olhamos para o teto e estava começando o fogo. Foi um amigo nosso que nos mostrou. Então, nós começamos a sair, mas não dei muita bola no início. Minha irmã que me puxou. Saí arrastada pelo chão. E foi só atravessar a rua que começou a sair muita fumaça e aí começou a sair o pessoal desesperado, gente machucada".
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