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O juiz Maurício Fossen, do 1º Tribunal do Júri, determinou que Alexandre Nardoni e Anna Carolina Jatobá não podem se falar, nem mesmo durante os intervalos do julgamento. O casal responde pela morte de Isabella Nardoni, 5 anos, jogada do sexto andar do prédio onde moravam o pai e a madrasta.

A primeira testemunha a depor é a delegada Helena Pontes, responsável pelo inquérito que levou o casal ao banco dos réus. O depoimento começou pouco depois de 10h05m e já dura cerca de 2 horas. Ela é uma das quatro testemunhas que serão ouvidas nesta terça. Falarão também aos jurados o médico legista Paulo Sérgio Tieppo Alves, que assinou o laudo da morte de Isabella e a perita Rosângela Monteiro, que coordenou a equipe de perícia durante a investigação do crime. A quarta testemunha é Luiz Carvalho e foi arrolada pela Promotoria. A profissão dele não foi divulgada.

O segundo dia de julgamento do casal começou com uma hora de atraso, por causa da montagem de uma maquete do edifício e do apartamento de onde Isabella foi jogada. A maquete será usada pela acusação para explicar a cena do crime aos jurados.

Alexandre Nardoni dormiu no Centro de Detenção Provisória de Pinheiros, o Cadeião de Pinheiros, na Zona Oeste, e Anna Carolina Jatobá na Penitenciária Feminina do Carandiru, na Zona Norte da capital paulista. De calça marrom e camisa branco, aparentemente sem algemas, Alexandre foi levado para o Fórum pouco depois de 8h. O carro da Secretaria de Administração Penitenciária que levava Anna Carolina Jatobá chegou logo atrás.

Os jurados, que não podem ter contato externo, ocuparam quartos do Fórum de Santana, onde o casal está sendo julgado pelo 1º Tribunal do Júri. As testemunhas dormiram em quartos do Fórum da Barra Funda, entre eles a mãe de Isabella, Anna Carolina Oliveira.

O promotor Francisco Cembranelli considerou lamentável o pedido da defesa do casal Nardoni para que Ana Carolina Oliveira, na condição de testemunha, dormisse no Fórum . O pedido foi feito pelo advogado Roberto Podval, logo após o depoimento de Ana Carolina. Ele alegou que pode haver necessidade de acareação entre a mãe de Isabella e o pai.

Ana Carolina Oliveira foi a primeira a depor ao Tribunal do Júri e arrancou lágrimas de uma jurada ao contar sobre a morte da filha. Ela disse que Alexandre era violento e chegou a ameaçar de morte a ela e à mãe.

Afirmou ainda que Anna Carolina Jatobá tinha ciúmes dela e de Isabella, pois a menina recebia mais atenção dos pais de Alexandre do que os dois filhos do casal.

- Considerei lamentável. É desumano. Além de perder a filha ela será privada de assistir ao julgamento dos assassinos de sua filha. Ela vai sofrer bastante por ficar sozinha e absolutamente isolada - disse ele, lembrando que Ana Carolina estava sendo acompanhada por um psicólogo.

A ideia era que Ana Carolina fosse dispensada após o depoimento e participasse do julgamento ao lado da família, na plateia.

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