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O juiz da 2ª Vara da Justiça Federal em Umuarama, Jail Benites de Azambuja, foi preso na tarde de sábado na casa em que ele mora com a família na cidade e transferido de avião pela Polícia Federal (PF) para Curitiba.
Azambuja é acusado de envolvimento com o suposto atentado contra ele próprio, ocorrido no dia 28 de fevereiro, e dos disparos contra a casa do também juiz federal em Umuarama Luiz Carlos Canalli, registrados na madrugada do dia 19 de setembro.
Como as duas investigações tramitam em segredo de Justiça, a PF não quis comentar o caso, apenas confirmou o cumprimento dos mandados de prisão, busca e apreensão na casa do juiz. Policiais federais à paisana passaram toda a tarde de sábado na casa de Azambuja e não confirmaram se realmente era uma operação. Parentes e amigos chegavam o tempo todo, alguns até com presentes, e transmitiam a impressão de que haveria uma festa no local. Mas por volta das 18 horas o juiz foi levado para o aeroporto de Umuarama, onde a entrada estava restrita aos policiais.
O estopim para a prisão de Azambuja foram os disparos contra a casa de Canalli. Ainda abalado pelo susto do atentado, na manhã do dia 19 Canalli prometeu que diria coisas que ninguém havia tido coragem de dizer, mas acabou não se pronunciando. Ele deu pistas de que os tiros disparados na casa de Azambuja teriam ligação com os tiros na sua casa, o que também não foi confirmado nem desmentido.
Os disparos de pistola efetuados na casa de Azambuja atingiram um carro da Justiça Federal que acabara de ser estacionado pelo próprio juiz. Ninguém ficou ferido. Ele participou das investigações e na semana seguinte, no começo de março passado, determinou a prisão de 47 policiais civis, militares e políticos, todos acusados de contrabando. Uma semana depois, todos eles foram soltos por falta de provas. A Polícia Federal investiga se os tiros disparados contra a casa do juiz, em fevereiro, não teria sido uma desculpa para justificar a expedição dos mandados de prisão contra o grupo de policiais suspeitos de envolvimento com o crime organizado.
A PF tenta agora montar o quebra-cabeça para saber o motivo do atentado na casa de Canalli, já que ele, diferentemente de Azambuja, não atuava em processos contra integrantes do crime organizado. O próprio juiz disse não entender os tiros, pois o máximo que faz, quando não está em serviço na Justiça Federal, é cuidar de um sítio de 40 alqueires em Xambrê, distante 30 quilômetros de Umuarama. Canalli não sofria ameaças e nunca foi incomodado na casa de muro baixo, sem câmeras filmadoras ou seguranças armados.
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