Quebra-cabeças
Seis testemunhas que não compareceram à audiência serão ouvidas por carta precatória.
TESTEMUNHAS
Defesa
- Um repórter que cobriu o caso.
Acusação
- Um socorrista, um bombeiro, um botânico que diz ter cruzado com o acusado no Morro do Boi no dia do crime, a esposa de um bombeiro que diz ter visto o acusado no dia do resgate e um colega de trabalho do acusado.
ENTENDA O CASO
O crime
- Os estudantes Monik Pegorari, de 23 anos, e Osíris Del Corso, 22, foram baleados no dia 31 de janeiro no Morro do Boi, na praia de Caiobá, em Matinhos. Monik ficou várias horas no local do crime até ser resgatada pela polícia. Osíris morreu na hora.
A prisão
- No dia 17 de fevereiro, Juarez Ferreira Pinto, de 42 anos, foi detido pela polícia no balneário de Santa Terezinha, em Pontal do Paraná, com base em retrato falado feito com informações da vítima.
- Juarez está sendo acusado de latrocínio (roubo seguido de morte), roubo seguido de lesão corporal grave, atentado violento ao pudor e por perigo de contágio de moléstia grave (ele é portador de aids e hepatite).
Matinhos - Depois de oito horas de audiência, o julgamento de Juarez Ferreira Pinto, acusado de ser o autor do crime do Morro do Boi, teve de ser suspenso. Nem todas as testemunhas arroladas no processo puderam comparecer ao Fórum de Matinhos, litoral do Paraná. Com isso, seis testemunhas que moram em outras comarcas prestarão depoimento por meio de carta precatória, ou seja, serão ouvidas por um juiz e promotor, no município em que residem. (Leia mais sobre o crime no quadro ao lado.)
Só depois que os depoimentos do restante das testemunhas, por carta precatória, forem prestados e devolvidos ao juiz do caso, Rafael Luiz Brasileiro Kanayama, é que o julgamento será remarcado. O juiz também solicitou que, num prazo de 48 horas, sejam incorporados ao processo laudos periciais que ainda estão faltando, como o exame de esforço físico feito pelo acusado. Não há previsão de data para a retomada do julgamento.
Ontem, foi possível apenas fazer a audiência de instrução, com o depoimento de 14 testemunhas. O acusado chegou algemado, por volta das 8 horas, e nada falou à imprensa.
Na parte da manhã, foram ouvidas as testemunhas de acusação e a imprensa foi impedida de acompanhar a audiência. A primeira a dar o depoimento foi a vítima, Monik Pegorari de Lima, de 23 anos. Ela chegou uma hora e meia após o previsto, na companhia do pai, e preferiu, também, manter o silêncio diante da imprensa. Com ajuda de amigos, foi colocada em uma cadeira de rodas e levada até a sala onde reconheceu a vítima e deu sua versão.
Logo depois foi a vez de o delegado responsável pela investigação do caso, Luiz Alberto Cartaxo de Moura, falar. Em seguida, parentes de Monik e de seu namorado, Osíres Del Corso, de 22 anos, morto no crime do Morro do Boi, prestaram depoimento.
Depois de uma pausa para o almoço, a audiência foi retomada com o depoimento das testemunhas de defesa e com a presença de jornalistas. Colegas de trabalho do acusado se revezaram diante do juiz reafirmando o álibi do acusado: disseram ter visto Juarez no dia do crime no serviço.
O irmão de Juarez, um investigador de polícia, também prestou depoimento. De acordo com ele, o irmão estava trabalhando no dia do crime. Duas testemunhas da defesa, um psicólogo forense e um médico, não foram ouvidas, mas poderão inserir os seus laudos no processo de acordo com eles, os exames apresentados até o momento mostram que o acusado não teria condições físicas de subir o Morro do Boi e o reconhecimento de Juarez feito por Monik pode ter sido sugestionado, induzindo a vítima ao erro.
Por último, Juarez foi interrogado pelo juiz e declarou-se inocente. "Não fui eu quem fez essa barbaridade", afirma. "Estou passando por monstro e por humilhações." De acordo com ele, a semelhança com o retrato falado divulgado pela polícia fez com que ele fosse motivo de brincadeiras entre os colegas de trabalho. Ele disse que, de início, apresentou-se para a polícia, mas foi dispensado. Juarez também afirmou que não conhece o local do crime.
Ao fim da audiência, a promotora de Justiça Carolina Dias Aidar Oliveira disse estar convicta da condenaçãode Juarez. A promotora ainda afirmou considerar as testemunhas de defesa "contaminadas", já que são amigas do acusado.
O advogado de defesa também considerou os depoimentos positivos. "O delegado disse textualmente que a Monik não reconheceu o Juarez quando o viu pela primeira vez. Isso demonstra que ela se enganou", alega.
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