Ex-goleiro sabia que Eliza Samúdio seria morta| Foto: Samuel Costa/ Hoje em Dia

O goleiro Bruno Fernandes foi condenado a 22 anos e 3 meses de prisão pela morte e ocultação de cadáver da ex-amante Eliza Samudio e pelo sequestro e cárcere privado do filho que teve com ela. A ex-mulher de Bruno, também acusada, Dayanne Rodrigues do Carmo, foi absolvida, por 4 votos a 3, assim como havia sido solicitado pela Promotoria.

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Com a admissão de Bruno de que Eliza foi assassinada, e de que ele teria sido informado do que ocorreu, a defesa se distanciou, na quinta-feira, da linha inicial de argumentação na qual destacava não haver corpo e realçava dúvidas sobre o próprio assassinato. Os defensores de Bruno chegaram a falar em uma pena "em torno de dez anos", por uma "participação menor" no crime e pediram reiteradamente aos jurados que fizessem "justiça".

O advogado do réu, Lúcio Adolfo, destacou que "a imprensa" já havia sentenciado os réus e "esperava a condenação" também por parte do conselho de sentença. Na sequência, distribuiu vendas às cinco mulheres e dois homens do júri, lembrando que a justiça "é cega".

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Reinterrogatório

O quarto e último dia do julgamento do ex-goleiro do Flamengo começou com um pedido de reinterrogatório dos dois réus. Dayanne confirmou que recebeu telefonemas do então policial civil José Lauriano de Assis Filho, o Zezé, orientando sobre para quem deveria entregar o filho de Eliza e Bruno, quando tiveram início as investigações. Segundo Dayanne, Zezé agia por ordem de Luiz Henrique Ferreira Romão, o Macarrão, tido como braço direito de Bruno e condenado, em novembro de 2012, pelo assassinato de Eliza.

Dayanne contou que tinha e tem medo do ex-policial. "Pelo que Bruno falou, minhas filhas correm risco. Tinha medo e estou com medo agora, tanto dele (Zezé) quanto do Macarrão e da situação", declarou. Considerando que ela agiu sob pressão, o promotor pediu a absolvição.

Bruno, por sua vez, afirmou que "sabia e imaginava" que Eliza seria morta quando deixou seu sítio em Esmeraldas, na Região Metropolitana de Belo Horizonte, na companhia de Macarrão e de Jorge Rosa. Em depoimento, na quarta-feira (06), o goleiro já havia assumido que a ex-amante foi assassinada e admitiu que "aceitou" e "se beneficiou" do crime, mas ressaltou que só soube do homicídio após ele ter ocorrido.

Na quinta-feira (7), em nova declaração, alegou que sabia que Eliza ia morrer "pelas constantes agressões" de Macarrão contra a moça e "pelo fato de ter entregue dinheiro para ela", que cobrava ajuda para cuidar do bebê.

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