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"Maníaco de BH"

Júri condena homem a 34 anos de prisão por estupro e assassinato

O réu Marcos Antunes Trigueiro, 32 anos, foi condenado a 34 anos e quatro meses de prisão por homicídio, estupro, furto e exposição de incapaz ao perigo no julgamento da morte de Ana Carolina Menezes Assunção. Os crimes aconteceram em 16 de abril de 2009 e foram julgados nesta quarta-feira (30) no 1º Tribunal do Júri do Fórum Lafayette, em Belo Horizonte. Cabe recurso da decisão. O juiz negou pedido para que Trigueiro aguarde o julgamento do recurso em liberdade.

A vítima Ana Carolina, 27 anos, foi encontrada morta, seminua e estrangulada com um cadarço, no dia 16 de abril do ano passado. Ela estava dentro do carro e com o filho - na época com um ano e quatro meses - no colo. Marcos Trigueiro foi julgado por homicídio, estupro, abandono de incapaz e furto. O crime de homicídio foi agravado por motivo torpe, asfixia, dificultar a defesa da vítima e tentativa de ocultar o crime de estupro.

A promotoria se dirigiu ao júri e apresentou provas que, segundo ele, comprovam que Ana Carolina teve uma morte violenta. De acordo com o promotor, Paulo Roberto Santos Romero, o exame de corpo de delito concluiu que a jovem foi surrada, sofrendo hemorragia na cabeça, na nuca e foi estrangulada por cerca de sete minutos até morrer.

O advogado de defesa, Rodrigo Bizzoto, deixou evidente durante o pronunciamento que a intenção era conseguir a redução de pena, visto que o réu já havia confessado o crime e, segundo o defensor, apresenta distúrbio mental. No pronunciamento, a defesa argumentou que caberia ao réu a condenação por estupro e não por outras formas de abuso sexual, como também pretendia a promotoria.

Quando interrogado pelo juiz, Marcos Antunes negou uso de drogas, remédios controlados e disse que nunca fez tratamento psicológico ou psiquiátrico. Disse ainda que é religioso e frequentava cultos evangélicos antes de ser preso.

A defesa sustentou o princípio da insignificância para a acusação por furto de celular, na tentativa de reduzir a condenação. O advogado do réu disse que "inclusive, deveria servir como atenuante", referindo ao fato de Marcos Antunes ter sido preso após a polícia rastrear o celular da vítima.

Versões contestadas

De frente para o juiz, Marcos Antunes Trigueiro disse que Ana Carolina consentiu o ato sexual. "Falei com ela se ela queria ficar comigo e ela aceitou", disse o réu durante o julgamento. A declaração foi contestada pela promotoria, que considerou como uma "tentativa de morte moral" da vítima.

Ao descrever como abordou a jovem, o réu disse que anunciou um assalto, sem usar arma, e que não percebeu a presença da criança no carro. Disse ainda que o bebê dormia durante o ato sexual. Sobre o estrangulamento da vítima, o reú declarou que foi chutado e arranhado por Ana Carolina e que, depois disso, não se recorda do que aconteceu.

As declarações do réu foram contestadas pela promotoria. De acordo com o promotor Paulo Roberto Santos Romero, o réu havia declarado em fase anterior ao julgamento que viu a criança no carro e que não se lembrava de quantas relações teve com a vítima. Havia declarado também que se recordava de ter retirado o cadarço do tênis, após o ato sexual, e que a criança chorava, segundo o Ministério Público.

Outros crimes

No meio da sessão, ainda na parte do interrogatório, o réu Marcos Antunes Trigueiro disse que se arrepende do que fez com Ana Carolina. Ele está detido na Penitenciária Nelson Hungria, em Contagem, na Grande BH. No plenário, ele declarou que é pai de cinco filhos, de três relacionamentos diferentes. Na unidade prisional onde está, disse que é visitado pela atual mulher e pelos dois filhos que tem com ela.

Perguntado sobre outros crimes, respondeu que não fez o mesmo com outras mulheres. Marcos Antunes também vai a júri popular acusado de matar e estuprar Maria Helena Lopes Aguilar. O crime aconteceu em setembro de 2009, no bairro Califórnia, região noroeste de Belo Horizonte. A data do julgamento não foi agendada. Ele responde também a outros dois processos pela morte de Edna Cordeiro de Oliveira Freitas e Adna Feitor Porto, um na comarca de Ibirité e outro na de Nova Lima.

O julgamento

O julgamento presidido pelo juiz Carlos Henrique Perpétuo Braga teve início às 9h no 1º Tribunal do Juri do Fórum Lafayette, em Belo Horizonte. Defesa e acusação dispensaram ouvir as testemunhas, dando início ao interrogatório. Depois de ouvir o réu, o juiz abriu os debates. Ministério Público e advogado de defesa tiveram uma hora e meia cada para pronunciamentos. Ao término, réplica e tréplica duraram duas horas. O júri foi composto por sete pessoas.

Relembre o caso

De acordo com a denúncia, no dia 16 de abril, Ana Carolina estava no carro dela, acompanhada pelo filho de um ano e meio, no bairro Industrial, em Contagem, na região metropolitana de Belo Horizonte. De súbito, ela foi abordada por Marcos Antunes Trigueiro, que simulou um assalto, entrou no veículo e determinou que ela conduzisse o carro para outro local.

Após manter relações sexuais com a vítima, esta foi estrangulada com um cadarço, causando-lhe a morte por asfixia. Em seguida, ele assumiu a direção do veículo e foi para um campo de futebol no bairro Alto dos Pinheiros, em BH. Lá, ele estacionou, colocou o bebê sobre o cadáver e fugiu, levando o aparelho celular.

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