A Justiça de São Paulo concedeu a guarda provisória do menino de 6 anos que caiu do terceiro andar de um prédio no dia 18, em Guarulhos, na Grande São Paulo, para a avó dele, mãe de Andréia Cristina Nóbrega Bezerra, de 31 anos, que morreu na queda.

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Além disso, a Justiça concedeu autorização para a polícia ouvir o menino na Santa Casa, no Centro de São Paulo, onde ele está internado desde que caiu do apartamento. O pai é o principal suspeito de ter causado a morte da mãe dele.

O delegado que investiga o caso deve ouvir o menino nesta quarta-feira (25). O juiz que concedeu a autorização para o depoimento fez uma série de exigências, como a presença do Conselho Tutelar e da assistente social do hospital que acompanha o garoto.

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A polícia investiga também quem cortou a linha telefônica do terceiro andar do prédio. Desde a queda de Andréia e do filho, moradores do prédio estão sem telefone, como mostra a reportagem do SPTV.

Nem mesmo os parentes podem entrar no apartamento onde Andréia Nóbrega morava com o filho, em Guarulhos. Desde a última quarta-feira (19), o imóvel está lacrado por ordem da polícia.

Os peritos que estiveram no local já sabem o que aconteceu depois que mãe e filho caíram do terceiro andar. A porta foi arrombada por policiais. Segundo o delegado responsável pelo caso, os investigadores fizeram isso porque a fechadura tinha sido trancada por fora.

O último a sair do apartamento, de acordo com os vizinhos, foi o cantor de pagode Evandro Correia, ex-marido de Andréia, visto deixando o local logo em seguida, como mostram as imagens de uma câmera instalada no prédio. Um dia depois da queda, os moradores avisaram a polícia que os telefones estavam mudos.

"O inquilino foi fazer a ligação, a linha dele estava desligada. Quando chegou aqui, estava tudo cortado", disse o zelador Gilmar de Jesus.

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Na noite passada, peritos do Instituto de Criminalística voltaram ao prédio. Eles queriam verificar a caixa de telefonia do terceiro andar. E confirmaram: fios de várias linhas telefônicas tinham sido cortados. A suspeita é a de que Evandro cortou os fios para impedir que vizinhos chamassem a polícia.

Quatro apartamentos estão com os telefones mudos até agora. Mas a linha do apartamento de Andréia não chegou a ser cortada. Nesta terça-feira (25), na delegacia, a atual namorada de Evandro, Sônia Kanazawa, prestou depoimento por duas horas e saiu em silêncio.

"O que ajudou a esclarecer nesse depoimento?" "Ah, está ajudando porque ele já conhece uma parte da história. Agora precisa conhecer a outra parte também", disse Sebastião de Pádua, advogado de Sônia e Evandro.

Os advogados dela são os mesmos que assumiram a defesa do cantor de pagode que está foragido. Sônia foi citada por Andréia em um boletim de ocorrência feito em 30 de janeiro deste ano. Andréia contou à polícia que a atual companheira do cantor enviou várias mensagens ofensivas para o celular dela. E que Evandro invadiu o apartamento e quebrou vários objetos, como a geladeira, danificada a marteladas.

No fim da tarde, o delegado revelou um detalhe importante da investigação. "Que o pai teria rompido o gás, falando que iria explodir o apartamento e que a mãe dele, em um ato desesperado, jogou ele e pulou logo em seguida", afirmou Cristiano Macedo Engel, titular do 2º DP de Guarulhos.

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Os advogados preparam um pedido de habeas corpus para que o cantor não seja preso durante a investigação. Evandro Correia já foi investigado pela mesma delegacia.