O Judiciário fluminense decretou a prisão temporária por 30 dias de outros dois policiais militares que atuaram na operação policial em que morreu Cláudia Ferreira da Silva. Moradora do Morro da Congonha, em Madureira, zona norte do Rio, ela foi atingida por pelo menos um disparo e, ao ser conduzida por PMs em uma viatura, teve seu corpo arrastado no asfalto por pelo menos 250 metros no dia 16 de março.
A pedido da Promotoria, o juiz Murilo Kieling decretou a prisão dos PMs Rodrigo Boaventura (primeiro-tenente) e Zaqueu Pereira Bueno (segundo-sargento).
Os dois prestaram depoimento à 29ª Delegacia de Polícia, de Madureira, em 21 de março. Na oportunidade, segundo os advogados, eles disseram ter visto Cláudia quando ela estava caída no chão e, pela posição em que estava o corpo, descartaram a possibilidade de que ela tenha sido atingida por policiais. Boaventura era o responsável pela operação e teria orientado a retirada de Cláudia do local.
A decisão de Kieling trata ainda dos três policiais que estavam na viatura que conduziu a vítima: Rodney Archanjo, Adir Serrano Machado e Alex Sandro Alves --o trio esteve preso até a semana passada, mas foram libertados por ordem da Justiça Militar no dia 20 de março.
O juiz determinou que Archanjo, Machado e Alves atuem de maneira restrita à unidade em que trabalham, não devendo participar de atividades policiais na rua, que eles permaneçam a pelo menos 300 metros do Morro da Congonha e que não entrem em contato com qualquer testemunha do caso.
Pelo menos dois dos três policiais que estiveram presos possuem registros de homicídio decorrente de intervenção policial. Machado constaria como autor em 13 homicídios e Archanjo, em três.
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