Um habeas corpus foi concedido nesta terça-feira (15) ao policial Wilson Alex Bianchi, suspeito de participar de um grupo de extermínio formado por policiais militares em Londrina, no Norte do Paraná. O documento é assinado pelo desembargador do Tribunal de Justiça do Paraná (TJ-PR) Miguel Kfouri Neto, que afirma não existir razões para que o acusado continue preso. O policial deve ser liberado ainda na noite desta terça.
Bianchi, outros quatro policiais e um publicitário foram presos suspeitos de envolvimento no caso que ficou conhecido como “Noite do Terror”, em que 17 pessoas foram assassinadas e 17 baleadas, em retaliação à morte de soldado Cristiano Botino. O caso aconteceu no dia 30 de janeiro, em Londrina. A maior parte das vítimas estava nas ruas e algumas sequer tinham passagem pela polícia.
De acordo com o advogado Cláudio Dalledone Júnior, que representa Bianchi e outros quatro policiais acusados, esse é o primeiro dos habeas corpus que foi concedido pelo TJ-PR. Outros quatro ainda devem ser julgados, sem previsão de data. Dalledone afirma ter confiança de que os outros pedidos serão concedidos. “Confiamos no Poder Judiciário do Paraná”, afirmou.
PMs formariam grupo de extermínio
A investigação conduzida por uma força-tarefa da Polícia Civil levantou evidências da existência e atuação contínua de um grupo de extermínio formado por policiais militares em Londrina, no Norte do Paraná. Os indícios apontam que a ação do “esquadrão da morte” envolvia a execução indiscriminada – sem “alvos” pré-estabelecidos –, a adulteração dos locais em que os assassinatos ocorreram e a implantação de armas junto às vítimas, para simular confrontos. O grupo teria envolvimento direto em pelo menos 17 ataques ocorridos em janeiro deste ano.
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