Os sete seguranças presos da empresa NF de Cascavel, no Oeste do Paraná, serão soltos possivelmente na manhã desta terça-feira (30). A justiça de Cascavel concedeu alvará de soltura nesta segunda-feira (29), mas como o documento ficou pronto somente após as 17h, o cumprimento só deve acontecer na manhã desta terça.
Os seguranças foram presos em flagrante depois de um tiroteio com sem-terra durante a reocupação da fazenda experimental da multinacional Syngenta Seeds, em Santa Tereza do Oeste. Durante o confronto armado, duas pessoas morreram - o líder do movimento Valmir Mota de Oliveira, conhecido como Kenun, e o segurança Fábio Ferreira de Souza.
Os seguranças estão detidos no Centro de Detenção e Ressocialização (CDR) de Cascavel. Os seguranças particulares foram presos por formação de quadrilha, homicídio e exercício arbitrário das próprias razões.
Para o delegado do Centro de Operações Policiais Especiais (Cope), Renato Renato Bastos Figueroa, que está conduzindo as investigações, a soltura dos seguranças não vai atrapalhar a condução do inquérito. "Pelo contrário. Com eles soltos aumenta o prazo para a conclusão das investigações", disse o delegado por telefone. A promotoria, contou Figueiroa, pediu a prisão preventiva dos seguranças. "Eu não sei se a juíza não acatou o pedido ou não analisou", comentou.
Sobre as investigações, o delegado contou que estão descartadas as versões de que os seguranças voltaram à fazenda para recolher objetos e liberar refém - versão sustentada pelos seguranças. "O segurança que teria sido feito refém estava em casa no momento do confronto", disse o delegado do COPE. "Há indícios de que eles voltaram para executar três líderes do movimento", complementou.
Questionado sobre as dificuldades no andamento das investigações, o delegado afirmou que os seguranças não estão cooperando com a polícia. "Outro problema é o grande número de envolvidos e a dificuldade na identificação dos autores dos disparos". Um laudo do Instituto de Criminalística (IC) do Paraná comprova que houve tiroteio entre sem-terra e segurança, mas a polícia ainda não tem informações sobre as arma(s) utilizada(s) pelos integrantes do movimento.
Nesta terça-feira a sem-terra Janete Brites será ouvida pela polícia. Na semana da invasão, Janete alegou que integrantes do movimento usaram armas dos seguranças, mas no dia seguinte o MST negou a informação.
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