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Crise do PT em Londrina

Justiça quebra sigilo de ex-diretor citado em denúncia de caixa 2

A Polícia Federal (PF) obteve a quebra do sigilo bancário do ex-diretor administrativo-financeiro da Companhia Municipal de Trânsito e Urbanização (CMTU) Augusto Ermétio Dias Júnior, apontado como um dos operadores do suposto esquema de caixa dois da reeleição do prefeito Nedson Micheleti, no ano passado. O pedido foi feito na segunda-feira e a decisão, do juiz Jurandir Reis, da 41ª zona eleitoral do Tribunal Regional Eleitoral (TRE), saiu no mesmo dia. A partir da notificação judicial, a Caixa Econômica Federal tem dois dias para apresentar os extratos da conta corrente de Dias Júnior, no período de julho a dezembro de 2004. Até esta quinta, as informações ainda não haviam sido apresentadas. A conta está registrada na agência da Caixa da Rua João Cândido, onde boa parte dos dirigentes petistas de Londrina também mantêm movimentações bancárias. Também na segunda-feira, pressionado pelas denúncias da ex-assessora financeira da campanha petista na Cidade Soraya Garcia, Dias Júnior pediu demissão da diretoria da CMTU. Soraya afirmou que o caixa dois do PT movimentou R$ 6,5 milhões, além dos R$ 1,3 milhão declarados.

A ex-assessora apontou Dias Júnior como um dos principais implicados no suposto esquema do caixa dois do PT em Londrina. Segundo as informações prestadas por ela à PF e ao Ministério Público, ele entregava em sacolas o dinheiro destinado ao pagamento das despesas eleitorais não declaradas à Justiça Eleitoral. Augusto Dias deve ser ouvido ainda esta semana pela PF, que também investiga indícios de enriquecimento ilícito e quitação de despesas pessoais com dinheiro de doações ilegais arrecadados pela campanha do PT. Além disso, Soraya indicou à PF que em agosto do ano passado depositou três cheques de R$ 10 mil cada, doados à campanha "por fora" por uma empresa de eletroeletrônicos, na conta pessoal de Dias Júnior – a mesma cujo sigilo foi quebrado. Segundo o depoimento, os cheques foram depositados na agência bancária dentro da própria Cohab (Companhia de Habitação de Londrina), onde Dias Júnior também era diretor financeiro, antes de assumir as mesmas funções na CMTU.

Nesta quinta-feira, Dias Júnior não atendeu aos telefonemas da reportagem para comentar a decisão da Justiça Eleitoral. Desde que se demitiu na segunda-feira, o coordenador mantém-se afastado da imprensa e não compareceu às reuniões da cúpula petista para discutir as denúncias da ex-assessora e a crise no partido.

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