A Justiça acolheu pedido do Ministério Público (MP) do Rio Grande do Sul e soltou nesta sexta-feira (24) três supostos envolvidos com a adulteração do leite que haviam sido presos na quarta-feira, 22. O transportador Antenor Signor, o irmão dele, o agricultor Adelar Signor, e o motorista Odirlei Fogalli, moradores de Rondinha, aguardarão o andamento do inquérito e, se for o caso, responderão ao processo em liberdade, podendo ser beneficiados com redução de penas por ter colaborado com a investigação.
Em depoimento, Antenor Signor admitiu que adulterava o leite que transportava adicionando uma mistura de ureia e água ao volume que recolhia de produtores rurais para entregar num posto de resfriamento em Selbach, de onde a carga era enviada à Confepar, do Paraná. Ele contou também que a empresa paranaense tinha conhecimento da adulteração do leite.
Ao mesmo tempo, o transportador inocentou Adelar Signor, afirmando que ele não participava da fraude. Fogalli também conduzia caminhões de recolhimento de leite na região e teria conhecimento da adulteração. A Confepar emitiu nota afirmando que as suspeitas de que comprava leite adulterado são infundadas e "uma estratégia da quadrilha responsável pela adulteração" para, com isso, "desviar a atenção da mídia e da investigação para as indústrias".
Desde que os promotores e uma força policial começaram a cumprir mandados de prisão, no dia 8, foram detidos 13 acusados. Os três liberados nesta sexta se somam a outros dois que foram soltos no mesmo dia do depoimento, em 8 de maio. Os outros oito continuam presos. O promotor Mauro Rockenbach afirma que a investigação prossegue e pode chegar a novos suspeitos na próxima semana.