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Apenas em 2008 a guarda compartilhada foi regulamentada. Antes disso, diversos juízes já aplicavam a medida, mas não havia previsão legal expressa. Em países desenvolvidos essa solução é a mais aplicada nos divórcios, mas os especialistas são unânimes ao afirmar que ela só funciona se o casal trabalhar em conjunto.

Isso porque ter a guarda compartilhada significa decidir em parceria questões importantes, como os critérios de educação do filho, os limites, as regras e horários. Juíza da 1.ª Vara da Família de Ponta Grossa, Denise Damo Comel afirma que os pais não devem ter posturas divergentes e agir isoladamente. Muitas discordâncias já foram, inclusive, parar nos tribunais.

Segundos especialistas, atualmente o desfecho mais comum nos divórcios é a guarda consensual apenas com a mãe, mas no futuro a tendência é que a compartilhada prevaleça. Fernanda Soares Pinheiro lembra que dividir a responsabilidade dos filhos com o ex-parceiro ocorre com mais frequência entre casais mais velhos e maduros e quando há consciência para ambos de que o relacionamento não dá mais certo.

Convivência

É importante para o desenvolvimento da criança que ela tenha um bom convívio com ambos os pais, quando não existe nenhum impedimento grave para isso. Mestre pela Universidade Federal de Santa Catarina, o psicólogo e perito jurídico Evandro Luiz Silva afirma que diversas pesquisas comprovam os malefícios do afastamento de um dos genitores. Estudos dos EUA apontaram que há mais chances de gravidez e uso de drogas entre adolescentes que tiveram o vínculo rompido com um dos pais.

Silva lembra que o tempo cronológico da criança é diferente dos pais e que uma semana na vida dos pequenos pode ser o equivalente a até dois meses para os adultos. Por isso, o afastamento de um dos genitores é tão prejudicial, já que há perda de vínculo e intimidade e a criança se sente abandonada. "Não raro, o filho se sente culpado pelo divórcio", diz. A dica do especialista é que os pais coloquem os meninos e meninas em primeiro lugar. "Se o ex-parceiro foi um mau pai ou mãe, a criança precisa ver isso sozinha."

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