O laboratório autorizado a produzir a fosfoetanolamina sintética para análises clínicas, em Cravinhos, no interior paulista, finalizou a produção do primeiro lote. São 35 quilos da chamada “pílula do câncer” que serão enviados nesta semana para a Fundação para o Remédio Popular (Furp) para serem transformados em 70 mil cápsulas.
Apesar de lei, distribuição da substância segue indefinida
Leia a matéria completaA substância em seguida será testada em pacientes de hospitais em um trabalho coordenado pelo Instituto do Câncer do Estado de São Paulo (Icesp). Mais cinco remessas da fórmula serão encaminhadas nos próximos meses.
A reportagem entrou em contato com o laboratório, que não divulgou mais detalhes sobre a produção. A informação é de que um informe público será posteriormente agendado.
A fosfoetanolamina ficou conhecida como “pílula do câncer” por supostamente combater a doença. Para dirimir as dúvidas sobre a substância, durante seis meses será realizado um estudo clínico de eficácia.
O trabalho será necessário porque, apesar de liberada por uma lei federal já sancionada pela presidente Dilma Rousseff no mês passado, a fosfoetanolamina não passou por testes científicos com humanos para ser considerada um medicamento. Entidades médicas também cobram no Supremo Tribunal Federal (STF) que a liberação seja considerada inconstitucional.
Pela lei, quem tem tumor maligno ganhou direito ao uso da substância. Basta comprovar o diagnóstico, por laudo médico, e assinar um termo de responsabilidade. No entanto, a Furp já antecipou que não produzirá cápsulas para comercialização.
Testes
Em um primeiro momento, o estudo definirá a dose a ser ministrada em dez pacientes. Também serão analisados efeitos colaterais graves. Não havendo problemas, 21 voluntários passarão a tomar a substância. Entre outros, estarão envolvidos doentes com tumores no pulmão, próstata, fígado e estômago. A intenção é ir ampliando o número de pacientes até chegar a 1 mil.
O Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação prevê gastar em torno de R$ 5 milhões com o estudo clínico. A fosfoetanolamina sintética foi desenvolvida inicialmente na cidade de São Carlos (SP), no Instituto de Química da Universidade de São Paulo (USP), pela equipe coordenada pelo professor aposentado Gilberto Chierice. Durante anos, a substância foi distribuída gratuitamente para pessoas interessadas.
Há dois anos, porém, uma determinação interna da USP barrou a distribuição, o que levou os interessados à Justiça. Muitos doentes garantem ter detectado efeitos positivos ao usar a fosfoetanolamina. Análises iniciais de laboratório não comprovaram a sua eficácia.
Bolsonaro e aliados criticam indiciamento pela PF; esquerda pede punição por “ataques à democracia”
Quem são os indiciados pela Polícia Federal por tentativa de golpe de Estado
Bolsonaro indiciado, a Operação Contragolpe e o debate da anistia; ouça o podcast
Seis problemas jurídicos da operação “Contragolpe”
Soraya Thronicke quer regulamentação do cigarro eletrônico; Girão e Malta criticam
Relator defende reforma do Código Civil em temas de família e propriedade
Dia das Mães foi criado em homenagem a mulher que lutou contra a mortalidade infantil; conheça a origem
Rotina de mães que permanecem em casa com seus filhos é igualmente desafiadora