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 | Vinícius Marinho/Fiocruz
| Foto: Vinícius Marinho/Fiocruz

Desde que o zika passou de uma versão mais branda da dengue para uma doença relacionada ao aumento de casos de microcefalia em bebês, os laboratórios iniciaram uma corrida para colocar no mercado testes para diagnosticar a doença. Até o momento, são quatro testes liberados pela Anvisa: três sorológicos e um molecular. Todos tiveram permissão para venda no Brasil neste mês.O mais recente foi liberado na última segunda-feira (15) e promete diagnosticar a doença mesmo meses após a infecção.

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Em Curitiba, ao menos três laboratórios particulares oferecem exames para zika. No Matins Diagnóstico é feito apenas o teste molecular, chamado de PCR. O A+ Medicina Diagnóstica e o Frischmann Aisengart oferecem também a sorologia. Cada um dos exames é adequado para uma diferente etapa da infecção e necessita de indicação médica para ser realizado.

No caso do PCR, o teste deve ser feito na fase aguda da doença. Ele busca detectar o partículas do vírus no sangue ou em outras amostras do paciente – como líquido encefalorraquidiano, urina e líquido amniótico. O exame custa de R$ 280 a R$ 1,2 mil. Devido à situação de emergência sanitária, mesmo no caso de pacientes da rede particular, quando há suspeita de zika, o material para PCR deve ser encaminhado também para o Sistema Único de Saúde.

Necessidade

O infectologista Jaime Rocha, do laboratório Frischmann Aisengart, chama atenção para a real necessidade dos exames. Na avaliação dele, nem sempre vale a pena fazer um exame para confirmar uma doença que não tem tratamento específico. No caso do zika, a situação muda devido às complicações que a doença pode causar. A sorologia seria importante, por exemplo, para se ter uma noção de quantas grávidas tiveram realmente contato com o vírus e saber qual o tamanho da epidemia.

Já a sorologia para o zika consegue identificar se em algum momento o paciente foi contaminado pelo vírus – mesmo que ele não tenha tido qualquer sintoma da doença. Nesse caso, o teste só funciona depois de duas semanas da fase aguda da infecção. Isso porque ele detecta as células de resposta imune do corpo.

No caso do teste que é feito no A+ Medicina Diagnóstica – que é um braço do laboratório Fleury no Paraná – o material segue para a Alemanha. Com isso, aumenta o custo e o tempo do exame. O resultado demora 8 dias e sai por R$ 750. No Frischmann Aisengart são 21 dias de espera . O custo da análise, que é realizada em São Paulo, é de aproximadamente R$1,2 mil.

De acordo com o diretor clínico do A+ Medicina Diagnóstica , o infectologista Celso Granato, está sendo montada no Brasil a estrutura técnica para a realização do exame aqui. “Esperamos que ainda neste semestre esteja funcionando. Mas como estando lidando com algo biológico, não é uma certeza. De qualquer forma, trazendo o teste para o Brasil ele ficará mais barato e será realizado em menos tempo”, diz.

Um dos problemas da sorologia para o zika, porém, e que o exame não seria 100% preciso e poderia dar resultado cruzado com outros arbovírus, como a dengue e a febre amarela. Isso poderia levar a um falso positivo. O próprio Granato admite essa dificuldade no teste oferecido pelo A+ e orienta fazer o exame junto com o de dengue para se ter mais segurança do resultado.

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