O laudo de necropsia do Instituto Médico Legal (IML) feito no corpo de Ricardo Geffer, suposta vítima da equipe policial do delegado Rubens Recalcatti, aponta que a vítima sofreu um tiro na parte superior do crânio, o qual saiu por uma das têmporas. Essa constatação seria uma das indicações de execução, segundo o Ministério Público. O suspeito ainda teria sido alvejado ainda por outros sete disparos. O laudo mostra também que a vítima foi alvo de escoriações no corpo, o que também indicaria as agressões.
Entre os policiais civis presos pela morte de Geffer na operação do Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado) na terça-feira (13) está o delegado Rubens Recalcatti, chefe da Divisão de Crimes Contra o Patrimônio (DCCP) da Polícia Civil. Geffer era suspeito de ser o responsável pelo assassinato do ex-prefeito de Rio Branco do Sul, João Dirceu Nazzari, primo do delegado.
No laudo ao qual a Gazeta do Povo teve acesso a perícia apontou que Geffer morreu por “traumatismo crânio encefálico, produzido por instrumento pérfuro-contundente”. O documento mostra que foram oito disparos que atingiram o corpo: além do tiro que entrou na parte superior do crânio e saiu pela têmpora direita da vítima, outro disparo atingiu o ombro direito, um o abdome, outro o tórax, um o fêmur direito, dois o púbis e um o antebraço direito.
Conforme imagens produzidas pelo Instituto de Criminalística, um projétil foi disparado contra a parte superior direta do tórax e saiu pela parte direita do abdome. Nas imagens da criminalística ainda é possível observar que a maior parte dos tiros atingiu a parte da frente do corpo de Geffer. Além das lesões causadas por tiros, o laudo mostra “escoriações na face, pescoço e antebraço esquerdo”.
Segundo o advogado Claudio Dalledone, que defende o delegado Recalcatti, “o laudo é a maior prova de defesa dos policiais” e comprova que o suspeito morto “estava em posição de ataque e que as lesões no rosto dele foram produzidas em um momento de queda”. Dalledone mantém a versão dada na terça-feira (13) e aponta para um confronto e não execução do suspeito da morte do ex-prefeito de Rio Branco do Sul.