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Um dos tiros que mataram Ricardo dos Santos, o Ricardinho, acertou as costas do surfista. De acordo com laudo divulgado na tarde desta quarta-feira (21) pelo Instituto Médico Legal (IML) de Santa Catarina, o atleta catarinense foi atingido por dois tiros, e não três como divulgado anteriormente pelos bombeiros. Um dos projeteis atingiu o abdômen e atravessou os órgãos internos e outro ficou alojado na coluna do surfista que não resistiu aos ferimentos, morrendo na tarde da terça-feira (21). O documento, contudo, não esclarece qual disparo acertou primeiro Ricardinho.

O delegado responsável pela investigação da morte de Ricardinho, Marcelo Arruda, de Palhoça, disse que aguardará ter acesso ao documento para se pronunciar sobre o assunto. Ele ainda espera o resultado do exame toxicológico feito no soldado da PM Luiz Paulo Mota Brentano e deverá fazer a reconstituição do crime antes de concluir o inquérito. O policial militar deve ser indiciado por homicídio doloso qualificado por motivo fútil.

O diretor do IML, Rodinei Cassio Bricki Tenorio, afirmou que só a polícia poderá determinar a cronologia dos disparos:

"As duas perfurações foram dadas com a vítima ainda viva. Por isso, é impossível determinar apenas com o laudo cadavérico a cronologia dos tiros", explicou Tenorio.

Um dos projéteis atingiu o lado direito do corpo e atravessou o fígado, o baço e outros órgãos do sistema digestivo. O outro tiro o acertou as costas, já que a bala ficou alojada na quinta vértebra lombar. De acordo com o laudo, o tiro na altura do abdômen é que levou Ricardinho a morte. As balas foram disparadas de uma distância superior a 60 centímetros. O órgão esclarece que, somente com outros exames, é possível precisar a distância em que o tiro foi feito e se a bala é compatível com a arma do policial suspeito.

O surfista foi atingido por disparos do policial Luiz Paulo Mota Brentano após um desentendimento. O crime ocorreu na segunda-feira na frente da casa do atleta, que passou por quatro cirurgias, três delas na segunda, mas não resistiu aos ferimentos. Ricardinho foi enterrado nesta quarta, em Paulo Lopes, cidade vizinha de Palhoça, onde ele nasceu e viveu na praia da Guarda do Embaú.

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