Mais de dois meses depois de terem se tornado públicas as suspeitas sobre o ex-comandante do Corpo de Bombeiros, o coronel reformado Jorge Luiz Thais Martins, a Delegacia de Homicídios (DH) ainda não pôde encerrar o caso. Isso porque, para concluir os inquéritos, a polícia depende de laudos periciais que são realizados pelo Instituto de Criminalística (IC). Martins é o principal suspeito de ter assassinado nove pessoas e baleado outras cinco, entre agosto de 2010 e janeiro deste ano.
Segundo o delegado Cristiano Augusto Quintas dos Santos, responsável pelo caso, os laudos periciais são provas técnicas importantes, porque poderão comprovar se uma mesma arma foi usada em mais de um ataque, comprovando a ligação entre os crimes. "Optamos por aguardar os laudos para concluir os inquéritos até para que não fique nenhuma lacuna nas investigações", explicou.
As provas periciais aguardadas consistem em laudos de "local de crime" e exames balísticos. O primeiro tipo de prova é feito pelos peritos ainda no local em que os homicídios ocorreram. São observados aspectos que possam auxiliar nas investigações, como tipo e locais de ferimentos, além da coleta de cápsulas e projéteis. Com a conclusão dos laudos de local de crime, o IC parte para os exames balísticos, fazendo o cruzamento entre os casos e confrontando projéteis e cápsulas. Por meio deste exame, é possível saber se as armas usadas nos crimes eram as mesmas.
A chefe da divisão técnica do IC da capital, Joice Malakeski, explica que o atraso decorre em função do acúmulo de serviço no órgão. De acordo com ela, a equipe em atuação no IC não seria suficiente para suprir a demanda. "Nós recebemos um volume de perícias para serem feitas que supera a nossa capacidade", disse.
Joice apontou ainda que o "caso coronel Martins" não é considerado um caso prioritário. "Casos em que o réu esteja preso, de flagrante, ou que envolvam crianças ou adolescentes é que são prioridades", explica.
De acordo com a legislação, os laudos periciais devem ser concluídos em uma prazo de 30 dias. O atraso já representa mais do que o dobro do permitido por lei.
Investigações
Até o momento, a DH já ouviu pelo menos 30 pessoas. Entre as testemunhas, estão policiais militares que atenderam locais de crimes atribuídos ao coronel e pessoas apontadas pelos advogados para sustentar álibis alegados pelo suspeito. Além do depoimento de pessoas que sobreviveram aos ataques dos quais Martins é apontado como autor, moradores da região onde os crimes ocorreram também declararam ter visto o coronel rondando o local, em circunstâncias diversas.
No dia 1º de fevereiro, nove pessoas entre testemunhas e sobreviventes participaram de uma sessão de reconhecimento pessoal, onde deviam apontar o coronel em meio a outras pessoas. A DH não divulgou o resultado do procedimento, mas confirmou que houve reconhecimento.
O caso
O coronel Martins é considerado suspeito de ter cometido cinco ataques, em que nove pessoas morreram e cinco foram baleadas, totalizando 14 vítimas. Os crimes ocorreram entre o dia 8 de agosto de 2010 a 14 de janeiro deste ano. Todos os atentados foram cometidos no bairro Boqueirão, próximo ao local onde o filho de Martins foi assassinado, em outubro de 2009. Os ataques começaram depois que dois usuários de drogas, suspeitos de ter matado o filho do coronel, foram postos em liberdade. Segundo a polícia, nenhuma vítima dos ataques tem qualquer relação com a morte do rapaz.
O ex-comandante dos Bombeiros foi preso no dia 28 de janeiro. e posto em liberdade, no fim da no dia 16 de fevereiro, depois que o Tribunal de Justiça do Paraná (TJ-PR) deferiu um habeas corpus.
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