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Dicas

Como preservar a saúde em enchentes:

- Cuidados com a água para beber e cozinhar. Ferva a água por pelo menos 1 minuto para preparar alimentos e escovar dentes.

- Não coma nada que tenha tido contato com água de enchente. Os enlatados que estiverem intactos podem ser aproveitados depois que os rótulos foram retirados e as latas bem lavadas com água e cloro. Alimentos e bebidas em recipientes com tampa de rosca, tampas arrancáveis e tampas com bordas indentadas devem ser jogados fora.

- Para lavar o ambiente e utensílios use um copo e meio de água sanitária a cada 10 litros de água limpa; ferva as roupas; colchões e móveis devem ser secos ao ar, sob o sol, e limpos com desinfetante; mantenha telas nos ralos.

- Evite andar descalço e use luvas de borracha para fazer a limpeza. Nos braços e nos pés podem ser usados sacos plásticos amarrados.

Passados os primeiros efeitos da enchente, as pessoas que tiveram as casas atingidas começam a pensar na reconstrução. Mas muitas vezes as fortes chuvas não causam apenas prejuízos materiais aos sobreviventes: as águas também pode trazer doenças. No caso do Rio de Janeiro, que teve locais com precariedade de saneamento atingidos, a preocupação é ainda maior.

Para a médica epidemiologista do Hospital de Clínicas Suzana Moreira, o principal problema – independentemente das condições do local – são as doenças que poderão ser transmitidas pelas águas infectadas pela água do esgoto. No pacote de prejuízos, surgem a leptospirose (doença transmitida pela urina do rato), as hepatites A e B (doenças virais), dermatites, conjuntivites e doenças gastroentestinais, como diarreia. Segundo ela, porém, a leptospirose ainda é a doença mais preocupante. Cerca de 10% dos casos são considerados graves e necessitam de internação.

O cirurgião-geral e chefe do Pronto-Socorro do Hospital do Trabalhador, Rached Hajar Traya, lembra que, além das doenças comuns às enchentes, o Rio de Janeiro está sujeito a casos de dengue. "O grande problema da enchente é que ela socializa a tragédia para todo mundo: tanto no morro, quanto no asfalto as consequências são sentidas".

É nesse momento, lembra Traya, que é percebida a importância do saneamento básico, onde não é a topografia do local – com a presença de favelas e ocupações irregulares – que vão dar a dimensão do problema, mas, sim, as condições de higiene em que vive a comunidade atingida. "A tragédia do Rio de Janeiro transcende um bairro e a cidade como um to­­do", afirma.

É preciso ficar alerta aos sintomas. Febre, dor de cabeça, dores musculares, náuseas, diarreia e mal estar podem ser sinais da leptospirose. O prazo de incubação é em média de sete a 14 dias após o contato com a água contaminada. Entre os cuidados estão evitar a água das inundações e a lama trazida por ela. Com o surgimento de qualquer um desses sintomas, a dica dos médicos é procurar o posto de saúde mais próximo.

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