Falta recolocar os paralelepípedos, para manter o aspecto original da estrada, e finalizar o guarda-corpo para terminar a obra de liberação da Estrada da Graciosa| Foto: Henry Milleo / Agência de Notícias Gazeta do Povo
Estrada da Graciosa voltou a receber turistas
Estrada da Graciosa voltou a receber turistas
Estrada da Graciosa voltou a receber turistas
Paulo de Tarso Mendes, que vende milho verde e pastel na Estada da Graciosa, está feliz o retorno dos turistas
À frente de duas grandes panelas de espigas de milho na água fervente, Jefferson Dias também era só sorrisos em São João da Graciosa
Reconstrução da Estrada da Graciosa

Após dois meses com o tráfego liberado em apenas meia-pista, a Estrada da Graciosa (PR-410) foi, enfim, reaberta em duas pistas nesse sábado (06). As reformas do trecho danificado por um deslizamento ocorrido em março ainda não foram totalmente concluídas: falta recolocar os paralelepípedos, para manter o aspecto original da estrada, e finalizar o guarda-corpo.

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A notícia da reabertura animou muita gente que, a despeito da chuva e do céu nublado desse domingo, decidiu matar as saudades do tradicional passeio. No início da tarde, muitos carros subiam e desciam a estrada e havia movimentação em todos os quiosques e pequenos comércios localizados às margens: famílias faziam churrascos, casais fotografavam-se com a natureza de fundo, amigos paravam para comprar os produtos típicos da região.

Renato Brito, de Almirante Tamandaré, fazia um piquenique com a família em um desses quiosques, na altura do Rio Cascata. Foi a primeira vez do grupo na Graciosa e, mesmo com a neblina densa, garantiram que valeu a pena sair de casa. "Nós planejamos o passeio no sábado, que tinha sol. Mas hoje resolvemos vir igual. É muito bonita mesmo com esse tempo. Vamos descer conhecer Morretes e Antonina, para fazer o passeio completo", contou.

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A reabertura do trajeto histórico deu novo ânimo aos mais de 60 pequenos comerciantes que vivem em localidades como Mãe Catira, São João da Graciosa e Bela Vista. Com a Graciosa interditada, eles viram o movimento minguar e foram obrigados a fechar as portas. Agora, correm atrás do prejuízo.

Paulo de Tarso Mendes - proprietário de um banca na qual vende pastel, caldo de cana, tapioca, bala de banana e outros produtos típicos - comemorava. Trabalhando no local desde 1986, contou que nunca havia testemunhado queda tão brusca no movimento quanto a provocada pela interdição. "Tivemos muito prejuízo porque investimos para a Copa e no fim fechamos as portas. O movimento está voltando aos poucos, mas o pastel e o caldo de cana já bombam", disse.

À frente de duas grandes panelas de espigas de milho na água fervente, Jefferson Dias também era só sorrisos com o movimento na sua loja, em São João da Graciosa. Quatro meses atrás, o humor era outro: em meio a um cenário desolador, se viu obrigado a vender o carro para manter a casa. Jefferson acredita no espírito de solidariedade dos turistas. "Vejo que muitas pessoas compram no intuito de ajudar a gente a se recuperar. Mais uns meses e conseguimos recuperar o movimento", aposta. Não foram apenas os comerciantes da Graciosa os beneficiados com a reabertura da estrada. Morretes também sentiu o movimento crescer. Por volta das 15 horas, os restaurantes ainda serviam o famoso barreado, as lojas de artesanato comemoravam o entra-e-sai de clientes e a praça do centro histórico da cidade estava lotada.

Para os amigos Simone e Wilson Mugnani e Rogério e Sandra Boese, a Graciosa é parte de um passeio maior, que passa por Antonina e Morretes. "Nós nos hospedamos em Antonina, mas viemos para Morretes passear. Deveríamos vir mais vezes, porque é muito bonito", contou Rogério.

Deslizamento

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Antiga rota de tropeiros no século XVIII e um dos caminhos mais famosos de ligação entre a região metropolitana de Curitiba e o litoral do Paraná, a rodovia estava bloqueada desde o dia 13 de março, quando cerca de 40 metros de pista na altura do quilômetro 10,8 cederam e caíram sobre o quilômetro 12. De acordo com a Polícia Rodoviária Estadual (PRE), o deslizamento foi provocado pelo excesso de chuvas que atingiu a região na época. Desde julho, o tráfego estava liberado em meia-pista.

A Estrada da Graciosa é tombada como Patrimônio Cultural e Histórico do Paraná e tem uma extensão de 28,5 quilômetros ladeada pela exuberância da Mata Atlântica. A paisagem sempre atrai centenas de turistas e visitantes, principalmente nos finais de semana e feriados – estima-se que, em finais de semana de sol, passem pela estrada rumo até 10 mil pessoas.

Graciosa reaberta