O promotor Antônio Nobre Folgado afirmou no início da noite desta sexta-feira (24) que Lindemberg Alves deverá ir a júri popular "no prazo de 10 meses a um ano". Folgado recebeu no fim da tarde o inquérito do caso de cárcere privado de Eloá Cristina Pimentel e de Nayara Silva, ambas de 15 anos, que foram feitas reféns por Lindemberg por 100 horas.
O documento foi entregue pelo delegado Sérgio Luditza, titular do 6º DP de Santo André, que era responsável pela investigação do caso. "Em Santo André, dá-se preferência a réus presos. Por experiência em outros casos, a demora para ser julgado é de 10 meses a um ano", disse.
O promotor tem agora um prazo de cinco dias para apresentar as denúncias contra Lindemberg Alves e Everaldo Pereira dos Santos, pai de Eloá que também foi indiciado no mesmo inquérito por falsidade ideológica, uso de documentos falsos e uso ilegal de arma.
"Começarei a contar este prazo a partir de terça-feira (28), pois na segunda-feira (27) é feriado do funcionalismo público. Então, devo apresentar a denúncia até a segunda-feira da outra semana", afirmou.
O promotor considera irrelevante para a apresentação da denúncia a reconstituição do desfecho do caso, que ocorreu na sexta-feira (17). "A reconstituição tem peso maior para os integrantes do júri na hora de tomar uma decisão. Para a denúncia, está mais do que comprovado que Lindemberg estava determinado a matar", explicou.
Sobre a atuação do Grupo de Ações Táticas Especiais (Gate) do Batalhão de Choque da Polícia Militar, o promotor afirmou que os agentes estavam "juridicamente autorizados" a agir no momento que considerassem adequado, independentemente de ter havido tiro ou não antes da invasão.
Conclusão de inquérito
O delegado Sergio Luditza concluiu o inquérito do caso de cárcere privado das adolescentes Eloá Pimentel e Nayara Silva nesta sexta-feira.
A principal surpresa do inquérito é o indiciamento de Everaldo Pereira dos Santos, pai de Eloá, por falsidade ideológica, uso de documentos falsos e porte ilegal de arma. Everaldo mantinha em casa uma espingarda calibre 22, que foi também utilizada por Lindemberg durante as 100 horas de cárcere privado a que ele submeteu as adolescentes.
O pai de Eolá se apresentava em São Paulo como Aldo Pimentel e é procurado pela polícia alagoana por assassinato e por fazer parte de um grupo de extermínio no estado chamado de "gangue fardada".
Lindemberg Alves, por sua vez, responderá por homicídio doloso - com inteção de matar - duplamente qualificado, duas tentativas de homicídio, perigo de vida e cárcere privado.
Ao todo, foram ouvidas 26 pessoas no inquérito, que tem 185 páginas. Por enquanto, o documento não estabelece uma data para a reconstituição do desfecho do caso, que ocorreu na sexta-feira (17) e terminou com Eloá e Nayara baleadas.
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