São Paulo - O juiz José Carlos de França Carvalho Neto, do Júri de Execuções Criminais de Santo André, decidiu ontem que Lindemberg Alves, de 22 anos, irá a júri popular provavelmente em até três meses, conforme prevê o magistrado pelo sequestro e morte da ex-namorada, Eloá Cristina Pimentel, 15. A defesa vai recorrer.
A decisão foi tomada após o juiz ter ouvido o depoimento de todas as testemunhas arroladas pela defesa e pela acusação entre as 9h30 e 15 horas. Último a depor, Lindemberg se negou a falar e manteve-se calado.
Pela manhã foram ouvidas cinco pessoas arroladas pela acusação Nayara Rodrigues, de 15 anos, e outros dois rapazes (amigos de Eloá e que também foram rendidos), um policial militar e um irmão de Eloá.
Nayara foi ouvida por aproximadamente uma hora e 40 minutos. Ela contou como conheceu Eloá, falou sobre os primeiros momentos do cárcere privado, confirmou que Lindemberg insistia com a garota para retomar o namoro e que voltou ao apartamento após ter sido libertada porque viu a amiga sob ameaça de uma arma.
Eloá foi baleada na cabeça por Lindemberg no desfecho do caso, quando PMs invadiram o apartamento. À Justiça a adolescente afirmou que, momentos antes da invasão, ouviu um estampido e que, em seguida, a porta caiu e os PMs entraram no apartamento. Ela diz que não sabe identificar se seria um tiro.
A menina não foi questionada nem falou sobre os tiros disparados por Lindemberg no momento da invasão. Disse, no entanto, que percebeu que Eloá havia sido atingida e estava inconsciente quando já deixava o apartamento com os policiais.
Depois, nove pessoas arroladas pela defesa de Lindemberg prestaram depoimento, entre elas três policiais militares do Grupo de Ações Táticas Especiais (Gate) que participaram do desfecho do caso e confirmaram à Justiça que ouviram um tiro antes de invadirem o apartamento. Todos disseram que Lindemberg resistiu à prisão.