O destaque positivo em relação à queda no número de homicídios em 2005, no Paraná, é Londrina. Esse foi o segundo ano consecutivo em que houve redução no número de mortes. Em 2003, foram 191 homicídios na cidade, número que caiu para 182, em 2004, e 126, no ano passado (-30%).
O delegado-chefe da 10.ª Subdivisão Policial (SDP) de Londrina, Jurandir Gonçalves André, atribui a redução à integração entre comunidade e polícia. "O disque-denúncia tem dado resultado. A pessoa telefona, dá a informação sobre quem cometeu o homicídio, a polícia prende em tempo real e a mídia dá a circulação da notícia. Isso serve de desestímulo ao crime."
A campanha do desarmamento contribuiu em parte para a redução no número de assassinatos. Mas, segundo o delegado, o universo de armas ilegais em poder de criminosos ainda é muito grande. Na avaliação da Polícia Militar, também a campanha Londrina Segura teve papel fundamental para a redução dos homicídios, porque combateu outros crimes, como o tráfico, que têm relação com os assassinatos.
Boa parte das pessoas assassinadas em Foz do Iguaçu mal tinha começado a vida. Quase 50% das 285 vítimas de homicídio na cidade tinha entre 14 e 25 anos. Segundo estatísticas do Instituto Médico Legal, das 141 pessoas assassinadas nessa faixa etária, 66 tinham de 14 a 18 anos. A desestruturação familiar e o vício precoce são apontados como os fatores que estão empurrando adolescentes ao crime na fronteira, tanto na condição de vítimas quanto de algozes.
Em Londrina um estudo aponta que 57% das vítimas de homicídios tinham passagem pela polícia. Uma delas é um jovem de 16 anos apreendido com uma arma em dezembro e morto 20 dias após ser solto. A análise desses dados está sendo utilizada para um desabafo e crítica ao mesmo tempo. "Mostra que já tínhamos identificado e mostrado à sociedade que aquela pessoa tem problemas (embora isso não tenha sido suficiente)", afirmou o chefe do Setor de Planejamento do 5.º Batalhão de Polícia Militar, major Sérgio Dalbem.
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