O presidente Luiz Inácio Lula da Silva defendeu nesta segunda-feira (15) a realização de um debate sobre aborto. Ao participar da 11ª Conferência Nacional de Direitos Humanos, o presidente disse que o assunto não pode ser tabu. "Não se trata de ser contra ou a favor, mas discutir com franqueza, porque é uma questão de saúde pública", afirmou o presidente, sob aplausos de representantes de entidades que defendem a legalização do aborto. No discurso, Lula contou que pessoalmente é contra o a aborto. Porém, afirmou que é necessário um debate.
"Ora, Meu Deus, quantas madames fazem aborto fora do País", disse Lula, lembrando que muitas outras mulheres se submetem a clínicas clandestinas. "Não podemos ter medo de debater. Pouca gente gosta mais da vida do que eu. Mas é preciso ter debate." No discurso, o presidente não fez referência a questões polêmicas na área de direitos humanos, como a punição a torturadores da época do regime militar e a abertura de arquivos da ditadura.
O secretário de direitos humanos, Paulo Vannucchi, fez referências indiretas aos temas. Ele disse que era preciso tratar essas questões com competência e delicadeza, e que ao governo caberá, segundo ele, encontrar as respostas. Ao final do evento, o ministro da Justiça, Tarso Genro, disse que Lula falou "de maneira ampla" sobre direitos humanos. A uma pergunta sobre os arquivos, Genro respondeu: "Essa é uma pergunta que deveria ser feita ao ministro da Defesa (Nelson Jobim)".
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