O ano letivo da Universidade Federal do Paraná (UFPR) pode terminar apenas no dia 30 de janeiro do ano que vem para alguns cursos, com a maioria dos 30 mil alunos tendo aulas até a véspera do Natal, dia 24 de dezembro. O calendário acadêmico de reposição das dias letivos perdidos devido à greve dos professores da instituição foi aprovado na última sexta-feira (25) pelo Conselho de Ensino, Pesquisa e Extensão (Cepe). Foram estabelecidos três cronogramas que variam de acordo com a quantidade de semanas letivas de cada curso.
Entidade dos professores critica calendário de reposição
A professora e presidente da Associação dos Professores da Universidade Federal do Paraná (Apufpr), Maria Sueli Soares, afirma que o calendário estabelecido pela UFPR desrespeita a decisão que havia sido tomada pela assembleia dos docentes. “Havia sido decidido que as férias de janeiro seriam mantidas, mas isso não foi respeitado”, afirma.
Segundo ela, a readequação do calendário poderia ser feita em fevereiro. “Muitos já se programam para ter férias em janeiro. Há ainda alunos que nem são de Curitiba, por exemplo, e terão que passar o mês que seria de férias aqui”, ressalta.
Maria Sueli aponta que como a greve durou cerca de um mês o prejuízo não foi tão grande. “Por isso, as reposições poderiam ser realizadas em outras datas. Agora ter que trabalhar até a véspera do Natal, soltar notas entre a semana do Natal e do Ano Novo para realizar exames finais já no começo de janeiro é absurdo. O prazo poderia ser maior. Parece que é um castigo para os docentes que aderiram a greve”, enfatiza.
Os alunos que cursam Engenharia Mecânica, no período noturno, Fisioterapia e Medicina - cursos de graduação que possuem 20 semanas estabelecidas para a grade curricular do segundo semestre - terão o último dia do ano letivo previsto para janeiro de 2016. O período de recesso será do dia 25 de dezembro até três de janeiro.
Outros cursos, que têm 17 ou 18 semanas a serem cumpridas neste segundo semestre, vão ter atividades letivas referentes a 2015 até o dia 13 de fevereiro, mas terão um recesso escolar superior, que vai do dia 19 de dezembro a 17 de janeiro de 2016.
Segunda a pró-reitora de graduação em exercício da UFPR, Maria Lúcia Accioly Pinto, somente os cursos mais novos se enquadram nesta situação. Os cinco cursos de graduação do campus de Jandaia do Sul, quatro do campus Palotina e quatro do campus de Pontal do Paraná possuem 18 semanas. Os dois cursos de educação técnica (técnico de Agente Comunitário de Saúde e técnico de Petróleo), ministrados em Curitiba, possuem 17 semanas.
Todos os demais cursos, que possuem grade curricular de 15 semanas, podem ter aula até dia 24 de dezembro, com os exames finais sendo realizados de 4 a 9 de janeiro. No entanto, a pró-reitora explica que pode haver uma flexibilização do calendário. “Não significa necessariamente que as aulas devam ir até essa data. É permitido que o professor faça reposição no contraturno, no sábado. Mas isso precisa ser aprovado pelas instâncias superiores”, explica Maria Lúcia.
Antes de serem divulgadas, essas datas precisam da aprovação do colegiado do curso. “Isso para que não ocorra de dois ou mais professores que lecionem para a mesma turma marcarem a mesma data para essa reposição”, diz a pró-reitora. Caso tenham interesse, os alunos dessas disciplinas poderão solicitar à coordenação do curso, no prazo de cinco dias após a aprovação do plano de reposição, o cancelamento da matrícula.
Prazos para cancelamento
As datas finais para o cancelamento de matrícula, trancamento de curso e correções no histórico escolar foram alteradas e estão unificadas para todos os cursos da UFPR para o dia 16 de outubro.
Também foi definido o período em que os alunos podem solicitar alternativas de reposição ou cancelamento de disciplinas. Isso se encaixa nos casos em que os docentes continuaram a realizar as atividades letivas durante a greve. Esses estudantes terão até o dia cinco de outubro para comparecer à coordenação de curso, departamento ou unidade equivalente e apresentar um plano de atividades para repor as ausências.
Segundo Maria Lúcia, as aulas perdidas poderão ser substituídas por outras atividades, como exercícios domiciliares ou atividades didáticas a distância. “A greve foi reconhecida, por isso há essa alternativas. Mas o professor terá autonomia para analisar se é viável estabelecer um cronograma para repor essas ausências ou se é inviável. Se for inviável, o aluno tranca a matrícula e cursa no próximo ano. Isso não irá aparecer no histórico do estudante”, explica a pró-reitora.
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