A maioria dos moradores da cidade de São Paulo afirma ser contra a redução dos limites de velocidade nas ruas e avenidas da capital paulista. Mas é a favor do fechamento de vias como a Paulista para automóveis aos domingos.
As reduções foram intensificada neste ano pela gestão Fernando Haddad (PT) e se tornaram a principal aposta do prefeito para combater o aumento das mortes em acidentes de trânsito.
De acordo com pesquisa da Rede Nossa São Paulo e da Fecomercio (federação do comércio de SP), feita pelo Ibope, 53% dos entrevistados afirmaram ser contra as medidas de redução da velocidade nas vias paulistanas. 43% são a favor e 4% não opinaram.
Considerando apenas os entrevistados que usam carro todos os dias, o índice que se declara contra sobe para 66%. A rejeição à medida também é maior - 64%- entre quem ganha mais de cinco salários mínimos.
A principal ação na política de reduções foi a mudança dos limites permitidos nas marginais Pinheiros e Tietê. Desde o dia 20 de julho, as máximas caíram de 90 km/h para 70 km/h nas pistas expressas e de 70 km/h para 50 km/h nas pistas locais.
A medida é questionada pela OAB-SP na Justiça, mas balanços divulgados pela prefeitura até agora vem apontando queda nos acidentes e melhoria dos congestionamentos.
O mais recente indicou redução de 36% na quantidade de acidentes e melhora de 8% no trânsito. Haddad diz ainda que vai padronizar em 50 km/h o limite de todas as grandes avenidas até o fim deste ano.
O levantamento de opinião faz parte da 9ª edição de pesquisa sobre mobilidade, sempre divulgada pela Rede Nossa São Paulo no Dia Mundial Sem Carro (22 de setembro).
Foram ouvidos 700 moradores de São Paulo, com 16 anos ou mais, entre os dias 28 de agosto e 5 de setembro. A margem de erro da pesquisa é de quatro pontos percentuais.
O fechamento de vias, que vem sendo defendido por Haddad para ampliar áreas de lazer para pedestres e ciclistas, tem apoio da maioria.
Segundo a pesquisa, 64% declararam ser a favor de “aos domingos, utilização exclusiva de ruas e avenidas, como a avenida Paulista, para lazer e circulação de pedestres e ciclistas”. 33% são contrários e 3% não opinaram.
Neste sábado (19) ocorreu uma audiência pública sobre o fechamento da Paulista.
O encontro foi parte de um acordo entre a prefeitura e o Ministério Público para viabilizar a medida -já testada pela gestão Haddad duas vezes neste ano.
O secretário dos Transportes, Jilmar Tatto, saiu do encontro prevendo que a via poderia ser fechada já no próximo domingo -a depender das conversas nesta semana com promotores.
Além da Paulista, integram a lista de vias que podem ser fechadas em breve as avenidas Sumaré (zona oeste), Carlos Caldeira Filho e Mar Paulista (zona sul) e a rua Benedito Galvão (zona leste).
Segundo a pesquisa, o tempo médio para realizar todos os deslocamentos na cidade ficou em 2h38min - em 2014 eram 2h46min.
O levantamento apontou que 48% dos paulistanos gastam pelo menos duas horas por dia nos deslocamentos.
Entre os que utilizam carro, o tempo médio ficou um pouco menor (2h48min) do que o daqueles que usam transporte público (2h56min).
Apesar das notas gerais continuarem abaixo da média, como nos últimos anos, avaliação do serviço de ônibus teve melhora em alguns itens.
Houve avanço no percentual de notas 9 e 10 em aspectos como na limpeza de terminais (de 5% para 13%) e dos ônibus (de 4% para 10%) e na avaliação dos motoristas e cobradores (de 5% para 10%). Por outro lado, 59% disseram que o a lotação dos ônibus aumentou no último ano.
Segundo a pesquisa, 80% dos entrevistados deixariam de usar o carro caso houvesse uma boa alternativa de transporte. Em 2014, eram 71%.
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