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BRASÍLIA - A secretária nacional de Renda da Cidadania do Ministério do Desenvolvimento Social, Rosani Cunha, responsável pelo Bolsa-Família, informou que um estudo feito pela pesquisadora Luciana Jaccoud, do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), mostra que 62% das famílias que estão cadastradas no programa têm algum tipo de trabalho.

Segundo esse estudo, 15% têm emprego formal, 16% têm um trabalho informal, 19% têm um pequeno empreendimento e 12% têm uma atividade sem remuneração. Para ela, provavelmente, os empregos oferecidos às pessoas beneficiadas pelo Bolsa-Família seriam pouco atrativos. "Um trabalho de R$ 300 não tiraria a pessoa do Bolsa-Família. Numa família de seis pessoas, ela se manteria dentro do critério de elegibilidade. Para que alguém diga não (a uma oferta de trabalho), acho difícil que seja um trabalho decente. Não vejo muita lógica nisso", disse a secretária. Segundo Rosani, o Bolsa- Família tem sido eficiente para combater o trabalho indigno em famílias pobres. "No fundo, o que a gente está combatendo é o trabalho precário, o trabalho escravo, o trabalho indigno. O programa reduz esse tipo de trabalho. O trabalho formal, com carteira, as nossas avaliações mostram que continua. As pessoas das famílias do Bolsa- Família procuram ocupação. As pesquisas qualitativas mostram que o sonho das pessoas é conseguir emprego", afirma Rosani.

Entre 2004 e 2006, 792 mil benefícios foram cancelados, segundo dados do Ministério do Desenvolvimento Social. Desse total, 463 mil famílias deixaram o programa porque não se enquadram mais na exigência de ter renda inferior a R$ 120 por pessoa por mês. Embora admita que dentro deste número estejam os benefícios que foram excluídos por erros no cadastro da família, Rosani destaca que a maior parte destas pessoas saiu do programa porque melhorou de renda.

Segundo ela, 21 mil famílias deixaram o programa voluntariamente por terem melhorado de vida. O Bolsa-Família beneficia aproximadamente 11 milhões de famílias. A secretária diz que o ministério desenvolve, junto com outras pastas, uma série de programas que fazem parte do esforço do governo para que essas pessoas melhorem de vida. Ela citou como exemplo programas como o Brasil Alfabetizado, o do Biodiesel, o do Pronaf B (que é uma linha de microcrédito criada para combater a pobreza rural), o de capacitação profissional por meio de convênios com universidades, o que prevê a manutenção de 42 incubadoras produtivas, o Juventude Cidadã e o de Ampliação dos Agentes de Desenvolvimento Solidário (ADS).

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