Evitar em 2010 os problemas que afetaram o Enem em 2009 é fundamental para recuperar a credibilidade do exame| Foto: Gilberto Abelha/Jornal de Londrina

O ano de 2010 será mais uma prova para que o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) se transforme ou não em vestibular unificado para ingresso nas universidades federais. Este foi o principal objetivo quando o governo federal lançou o novo formato do exame, em maio de 2009. Como as universidades gozam de autonomia, elas têm liberdade para decidir ou não se trocam seus processos seletivos próprios para o Enem.

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Mesmo com toda a confusão gerada desde a implantação do novo processo até o adiamento da prova devido ao vazamento das questões, 48 das 55 universidades federais brasileiras aprovam o uso do Enem, mas nem todas usaram a nota do exame, segundo dados da Associação Nacional dos Diri­­gentes das Instituições de Ensino Superior (Andifes).

Para o vice-presidente do Sindicato das Escolas Particulares do Paraná (Sinepe-PR), Jair Venturi, as falhas na organização do Enem no ano passado comprometeram sua credibilidade. "A gente torce para que os problemas enfrentados em 2009 sejam consertados. Se isso não ocorrer, as universidades devem abandonar o Enem", afirma.

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Já o diretor do Curso Dom Bosco, Ari Herculano de Souza, diz que, apesar dos trancos e barrancos, o Enem veio para ficar. "A segunda prova foi um exemplo de que o Enem é confiável, simples e deve vir para qualificar o ingresso para o ensino superior. Não acredito que todas as universidades o adotem como vestibular único, mas de alguma forma o Enem irá compor a nota final do vestibular feito pela universidade", diz. Em 2009, o Enem passou a ser a única forma de ingresso na Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR). Já a Universidade Federal do Paraná (UFPR) usa a nota do exame valendo 10% na composição final da nota do vestibular.

Além da mudança da data da prova no novo formato de outubro para dezembro de 2009, após o vazamento de provas do Enem, o exame foi marcado também pela divulgação de gabaritos errados e de questões mal formuladas. O imbróglio resultou no pedido de demissão do presidente do Insti­tuto Nacional de Pesquisas Educa­cionais Anísio Teixeira (Inep), Reynaldo Fernandes, responsável pela elaboração do Enem.

Devido ao adiamento, 40% dos 4,1 milhões de estudantes inscritos desistiram de fazer a prova em dezembro. O Enem existe desde 1998 para avaliar o desempenho dos estudantes da educação básica. Serve também para selecionar estudantes para o Programa Universidade para Todos (ProUni), que concede bolsas em instituições particulares de ensino superior.