A área de oceano manchada pela lama da mineradora Samarco diminuiu em quase 90% na última semana, após fortes chuvas na foz do Rio Doce. A diferença foi encontrada em medições feitas por órgãos que monitoram o litoral do Espírito Santo entre a terça (29) e domingo (3).
A explicação das entidades é que a chuva diluiu a lama de rejeitos minerais que escorreu após o rompimento da barragem de Fundão, em Mariana (MG), a mais de 600 km de distância.
Os cálculos foram feitos pelo Iema (Instituto de Meio Ambiente do ES), pelo Ibama e pelo ICMBio (Instituto Chico Mendes), por meio de GPS e sobrevoos de helicóptero. No dia 29, a área de oceano coberta pelo material era de 168 km², mas no domingo caiu para 19 km².
O estado, no entanto, ainda não sabe as consequências dessa mudança para a vida marinha e conduz estudos na região.
Já se sabe que a possibilidade de chegada de resíduos na praia diminuiu. “Ela [a diluição] tem benefícios para a balneabilidade. Na medida em que dilui esse material, o risco [de possíveis problemas] diminui”, afirma o secretário de Meio Ambiente do Espírito Santo, Rodrigo Júdice.
Segundo ele, se a lama alcançar a praia e “houver incomodo excessivo para o usuário”, a recomendação do Ministério do Meio Ambiente é vedar o uso das praias. Com a dispersão do material, diz Júdice, o raio de praias que poderiam ser fechadas diminui.
De acordo com ele, até agora a lama tem se comportado como previsto e tem possibilidade “mínima” de alcançar a região da Grande Vitória.
A lama chegou ao litoral do Espírito Santo no dia 21 de novembro, 16 dias após a barragem se romper, e deixou peixes e animais aquáticos mortos no caminho. Para o secretário, a mortandade ainda está concentrada na foz. As consequências da chegada da lama ao mar só devem ser identificadas a médio e longo prazo.
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