A série de manifestações que ganharam as ruas de várias cidades do país chegou a Londrina nesta segunda-feira (17). Mais de 5 mil pessoas se reuniram, a partir das 17h30, em frente ao Cine Teatro Ouro Verde, no Calçadão, para, em seguida, sair em caminhada pelas principais avenidas do centro da cidade. O objetivo dos manifestantes, a maioria formada por jovens, é mostrar apoio aos protestos realizados em todo o país nas últimas semanas.
Com as caras pintadas, munidos de cartazes e bandeiras do Brasil e bradando músicas e palavras de ordem, os manifestantes deram início à passeata por volta das 18h10. O percurso teve início na Avenida Paraná e seguiu em direção à Avenida Higienópolis. Já ao cruzar a rua Professor Hugo Cabral, o trânsito foi parado por alguns minutos pelos manifestantes.
Ao chegar a um dos principais cruzamentos da cidade, na rotatória das avenidas Higienópolis e JK, nova parada. Alguns minutos depois, o grupo seguiu pela Higienópolis em direção à Rua Professor Joaquim de Matos Barreto, onde encerrariam o protesto no Lago Igapó II. Os manifestantes, no entanto, decidiram prolongar a ação e subiram até a Avenida Madre Leônia Milito, por onde chegaram à Avenida Ayrton Senna e ao aterro, finalizando a manifestação.
Ao longo do percurso, os manifestantes gritavam "vem pra rua", convocando os moradores da região. "Toda revolução começa com uma faísca" foi outra frase bradada por eles. Uma das frases mais emblemáticas da série de manifestações que ocorrem pelo Brasil, "Desculpe o transtorno, estamos mudando o país", também foi destaque na manifestação realizada em Londrina nesta tarde.
O estudante Luan Beluco explicou que o objetivo da manifestação londrinense é diferente daquele que serviu de estopim para os protestos em outras cidades. "Aqui não tivemos aumento na tarifa de ônibus. Mas não é pelos R$ 0,20. Queremos mostrar que estamos insatisfeitos com muitas coisas."
Mateus Domingos, também estudante, disse acreditar na importância em mostrar solidariedade ao movimento que já toma conta de todo o país. "Nós somos o futuro do país e é nosso dever colaborar para ajudar a conscientizar as pessoas que estão no poder", afirmou. "Nós não ficamos só na frente do computador. Também queremos fazer alguma coisa", acrescentou outro estudante, Fernando Gimenez.
A Polícia Militar não acompanhou o protesto e não teve registros de ocorrências entre os manifestantes até as 20h. A Companhia Municipal de Trânsito e Urbanização (CMTU) apenas conduziu o trânsito, com a presença de 13 agentes.
Quem está de fora da manifestação, em geral, apoiou o movimento, com exceção de alguns motoristas que mostraram irritação com o trânsito parado. O entregador Elcio Rigo se disse emocionado com a movimentação dos jovens. "Eu parei para ver porque queria registrar. É muito bonito ver essa quantidade de gente nas ruas de forma pacífica. Chega a ser emocionante", declarou. A filha dele, de apenas 14 anos, estava entre os manifestantes.
No Paraná, os protestos também ganharam as ruas de Curitiba, Foz do Iguaçu e Ponta Grossa nesta segunda-feira.
Movimento Nacional
A onda de protestos teve início em São Paulo, onde o motivo inicial foi o aumento das tarifas dos transportes coletivos. Rapidamente as manifestações se espalharam para outras cidades, principalmente depois das ações violentas promovidas pela polícia contra os manifestantes. Os gastos com a Copa das Confederações e a Copa do Mundo também se tornaram alvo dos protestos, bem como as deficiências em áreas como saúde e educação.
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