Um grupo de pessoas se reuniu na manhã deste domingo (21) em frente ao Bosque Gomm, no Batel, para uma manifestação pela preservação da área. O local tem sido alvo de uma polêmica desde que veio à tona a informação de intervenção em uma área de preservação ambiental com a construção do Shopping Pátio Batel. Uma obra viária faz parte do projeto do empreendimento, com o objetivo de minimizar o impacto do aumento do trânsito previsto na região.
A ação é promovida pelo Grupo Salvemos o Bosque da Casa Gomm. Segundo os organizadores do evento, moradores do bairro, membros de organizações ambientais e outros apoiadores passaram pelo local, reunindo cerca de 60 pessoas. A intenção do grupo é alertar as pessoas para uma modalidade diferente de urbanismo, voltado para as pessoas.
Por volta das 10 horas, o grupo começou a se reunir. Foram servidos cerca de 500 bolinhos caseiros aos participantes, recepcionados com um tapete vermelho estendido na entrada do local.
O evento, chamado "Piquenique dos Sabiás", foi o terceiro encontro do grupo, que começou com cerca de três pessoas e atualmente tem 1,7 mil fãs na página Salvemos o Bosque da Casa Gomm, no Facebook. Por volta do meio-dia, uma forte chuva obrigou os participantes a se abrigarem na Casa Labirinto, que fica a cerca de 100 metros do bosque. Em seguida, os participantes foram embora.
Liminar proibiu intervenção
No último dia 28 de junho, a Justiça decidiu, em caráter liminar, proibir o grupo Soifer responsável pela obra do Shopping Pátio Batel de realizar qualquer intervenção no bosque da Casa Gomm, patrimônio tombado pelo Conselho Estadual de Patrimônio Histórico e Artístico (CEPHA). A decisão foi tomada pelo juiz Marcos Vinicius da Rocha Loures Demchuck, da 5ª Vara Cível de Curitiba, após ação popular movida por Carlos Seará Muradas. Morador da região, o engenheiro civil entrou na Justiça contra a derrubada de árvores do bosque depois de uma matéria da Gazeta do Povo sobre o assunto.
Construída em 1913, os dois pavimentos e o sótão da Casa Gomm, além do seu entorno, são tombados pelo Processo 04/1988, do Cepha. Originalmente, o imóvel centenário ocupava o espaço onde foi erguido o novo shopping e ele foi removido para um fundo de vale no mesmo terreno. A mansão passou por um restauro orçado em R$ 160 mil, custeado pelo empresário Salomão Soifer.