A candidatura da cidade do Rio de Janeiro ao título de patrimônio da humanidade na categoria paisagem cultural ganhou hoje (8) o apoio de empresários, de entidades da sociedade civil como a Academia Brasileira de Letras, e a Associação Brasileira de Imprensa, e de movimentos sociais como o AfroReggae e a Central Única de Favelas (Cufa). Eles assinaram um manifesto, entregue ao representante da Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura (Unesco) no Brasil, Vincent de Fourny.

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Caso seja escolhido, o Rio de Janeiro será a primeira cidade no mundo a conquistar o título nessa categoria. O processo de seleção ainda está no início e só deve ser concluído em 2010.

Até lá, o comitê de gestão da candidatura, que inclui o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) e representantes dos governos estadual e municipal, terá que elaborar um plano que garanta a conservação do bem após o seu tombamento.

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Para o superintendente do Iphan no Rio de Janeiro, Carlos Fernando Andrade, esse é o principal desafio, pois a Unesco poderá cassar a candidatura e o possível título se avaliar que o patrimmônio não está sendo cuidado.

Ele enfatizou que o compromisso de conservação deve ser partilhado, mas que, no caso do Rio de Janeiro, há questões que precisam ser resolvidas pela administração municipal. A começar pelo plano diretor, que é extremamente defasado. Temos também a legislação urbanística, o aumento da favelização, o trânsito, os pixadores e o desmatamento, citou Carlos Andrade.

Segundo o superintendente do Iphan, uma reunião do comitê na próxima quarta-feira (12) vai definir se toda a cidade vai concorrer ao título ou se haverá um recorte, uma vez que o dossiê a ser elaborado terá que apresentar um plano de gestão.

Vamos avaliar se o Rio vai concorrer como um todo ou se vamos escolher, por exemplo, um trecho da Baía de Guanabara, as praias o centro da cidade, ou a montanha. O representante da Unesco no Brasil, Vincent de Fourny, destacou que o dossiê precisa ser muito bem elaborado e que o documento terá que seguir rigorosamente as diretrizes da Unesco. A avaliação, segundo ele, será feita pelo Comitê do Patrimônio Mundial, que é constituído por 21 representantes de países membros da organização.

Estamos vendo essa iniciativa com bons olhos, mas lembro que esse processo vai precisar de muita integração e articulação entre todos os parceiros, pois a inscrição do Rio de Janeiro na lista do patrimônio mundial, além de ser um compromisso da comunidade internacional com a cidade, exigirá dos governantes e dos moradores a responsabilidade de manter a qualidade e a autenticidade de todas as riquezas desse sítio tão excepcional, disse Vincent de Fourny.

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