O prefeito de Manoel Ribas (região Central), Valentin Darci (PMDB), decretou na tarde desta segunda-feira (23) estado de situação de emergência no município, após um temporal causar estragos e prejuízos na madrugada da última sexta-feira (20). A chuva de 150 milímetros em menos de uma hora fez rios transbordar, estourou cinco represas de peixes, alagou 15 casas, destruiu estradas rurais, arrancou 11 pontes e matou diversos animais afogados. Em Ivaiporã, município distante cerca de 40 quilômetros, uma mulher morreu de parada cardíaca após o temporal arrancar parte do telhado da residência dela.
O temporal que começou por volta das 23 horas e durou cerca de 40 minutos assustou e causou prejuízos ao agricultor Antônio Augusto Pacheco. Na propriedade dele, a estrutura de madeira do galinheiro e uma ponte que dava acesso ao sítio foram levadas pela força da chuva. "De 100 galinhas sobraram apenas sete e da horta sobrou o mínimo. Para chegar em casa tem de dar uma volta de mais de cinco quilômetros", conta Pacheco.
Francismar José Rickin, além de perder um boi, avaliado em cerca de R$ 2 mil, teve prejuízos na lavoura de soja. "O animal tentou atravessar o rio, mas foi levado pela correnteza. Pelo menos 30% de uma lavoura de 15 alqueires de soja foram destruídos pelas enxurradas", conta.
Já o agricultor Carlos Alberto Rodrigues viu parte das suas economias sendo levadas pela chuva. Dos sete porcos que estavam na propriedade, cinco morreram afogados. "Estava engordando os animais para vender, parte das minhas economias desceu rio abaixo", lamentou Rodrigues.
O pedreiro Luiz Carlos de Lacerda acordou assustado com o barulho da chuva e ao olhar pela janela de sua residência não conseguiu enxergar o asfalto recentemente construído. "Parecia um rio passando em frente de casa. Parte do asfalto foi levado pela correnteza".
O aposentado Jamil Garcia e a mulher ficaram ilhados em casa, depois que a tubulação do rio que passa próximo a sua residência entupiu. "Para sair de casa, só molhando os pés e a roupa".
Sem ter como consertar os estragos com recursos próprios, o prefeito decretou situação de emergência no município para receber ajuda do governo estadual. "Sem o decreto não conseguimos recursos e sem essa verba não há como consertar os estragos. Estamos fazendo um relatório minucioso. Uma avaliação inicial aponta que os prejuízos são altos", lembra Darci.
Segundo ele, o relatório de danos e o documento de estado de situação de emergência serão encaminhados, nos próximos dias, à Defesa Civil em Curitiba para homologação do governador. "Somente dessa forma podemos conseguir verbas para recuperar o município. Uma cópia desses documentos será encaminhada à Brasília para que o governo federal ajude a cidade".
