Brigas e mordidas
O que elas fazem: o brinquedo ou a comida que está na mão do irmão ou do coleguinha parece ser sempre o mais interessante. Quando duas crianças querem a mesma coisa e nenhuma delas está disposta a ceder, o objeto vira um "cabo de guerra". Em questão de instantes, as crianças entram no tapa e, principalmente entre os menores, sobram mordidas e muito choro.
Como agir: nem sempre é preciso intervenção dos adultos, mas às vezes é inevitável que alguém atue para que as crianças não se machuquem. Neste caso, não se deve tomar partido de uma ou outra criança, mas procurar contornar a situação dizendo que quem pegou o brinquedo, por exemplo, primeiro fica com ele um pouquinho e logo depois empresta para o irmão/amigo, ou mudando o foco de atenção da criança, porque logo elas perdem o interesse pelo objeto de disputa.
Recusar comida
O que elas fazem: colocar uma criança à mesa para comer nem sempre é uma tarefa fácil. Muitos se recusam a parar de brincar para comer ou rejeitam alimentos, dando preferência para salgadinhos e doces, que não deveriam fazer parte da sua dieta.
Como agir: a solução certamente não está em sair pela casa perseguindo a criança com um prato na mão, colocá-la para comer em frente à televisão ou atender seus apelos por alimentos pouco saudáveis, só para que não passe fome. Refeição precisa de regras e horários regulares. É preciso paciência para criar esse hábito, caso ele não tenha sido desenvolvido desde cedo. Não adianta preparar um prato cheio de comida e exigir que coma tudo. As crianças comem mais vezes por dia, em quantidades menores. Preparar pratos coloridos e explicar a importância dos alimentos ajuda bastante. Por exemplo: feijão para crescer forte, batata para jogar bola sem cansar etc.
Dormir na cama dos pais
O que elas fazem: colocar uma criança para dormir na própria cama e fazê-la ficar por lá a noite toda pode ser um grande desafio. Elas são capazes de chorar por horas, acordar várias vezes durante a noite e acabar com o sono da família inteira (e dos vizinhos) para dormir na cama do casal.
Como agir: o sono da criança é algo que depende de rotina e muita paciência dos adultos, desde os primeiros meses de vida. Se ela já se acostumou a ficar com os pais, a alternativa é fazer o quarto dela parecer mais atrativo e insistir na permanência naquele ambiente. Neste caso, a dica é arrumar os móveis de uma forma diferente, investir em uma roupa de cama atraente e mostrar como o quarto dela é mais legal que o dos pais. Na hora estabelecida para a criança dormir, a casa toda deve ficar mais silenciosa e os pais devem mostrar que também estão se preparando para deitar. Para convencê-la a ficar no quarto, vale contar histórias para dormir, canções de ninar e ficar por perto até que ela adormeça, o que pode levar tempo.
Chiliques
O que elas fazem: uma vontade não atendida muitas vezes é motivo para choro histérico e cenas de crianças se jogando no chão, esperneando e distribuindo tapas. Acontece não só em casa, como em público (principalmente em lojas de brinquedo).
Como agir: não existe uma receita muito definida. Dependendo da criança, ignorar o chilique pode ser uma alternativa, mas nem sempre é possível aplicá-la fora de casa. A sugestão dos profissionais é procurar manter a calma, não mudar o tom de voz e tentar conversar, explicando que não adianta ela se comportar daquele jeito e os motivos de sua vontade não ser atendida. Os limites devem sempre ficar bem claros, mas não adianta berrar ou bater. Ceder ao chilique é fatal: elas fazem o escândalo justamente para testar os adultos. Se têm a vontade atendida, vão repetir a cena sempre.
Chantagem emocional
O que elas fazem: choro magoado ou sorriso sapeca, capazes de desarmar qualquer um, são artifícios das crianças para fazer os pais voltarem atrás em uma chamada de atenção ou atenderem os desejos dos pequenos.
Como agir: por mais que eles sejam muito lindinhos e os pais os prefiram sempre alegres, dizer não e impor limites faz parte da educação e da preocupação da segurança com a criança. Conversar e mostrar os porquês de não permitir certas coisas é a recomendação mais sugerida pelos especialistas. O semblante do adulto deve mostrar seriedade: dizer não dando risada não dá certo.
Se a criança é manhosa com freqüência, é preciso avaliar se ela não está precisando de mais atenção. Neste caso, não é uma questão de fazer todas as vontades dela, mas de procurar estar mais tempo por perto ou melhorar a qualidade do convívio. Se os pais se sentirem culpados sempre, normalmente vão ceder e ser manipulados pelo filho.