O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) confirmou nesta segunda-feira, por meio de nota à imprensa, a ocorrência de seis novos focos de febre aftosa em fazendas do Paraná, nos municípios Bela Vista do Paraíso (Norte do estado), Grandes Rios (Centro), Maringá, e Loanda (Noroeste). As fazendas estavam sob suspeita desde outubro, quando foram identificados nesses locais animais vindos do Mato Grosso do Sul, estado que registrou 23 focos da doença.
Nota publicada no site da Agência Estadual de Notícias órgão de divulgação do governo do estado diz que a Secretaria da Agricultura (Seab) está tomando todas as medidas de caráter sanitário para, "o mais rapidamente possível, juntamente com o Conselho Estadual de Sanidade Agropecuária (Conesa) e o Fundo de Desenvolvimento da Agropecuária do Paraná (Fundepec), restituir a condição sanitária de zona livre de febre aftosa, com vacinação". Ou seja, embora o governo estadual não concorde com a atitude do Ministério, como fica claro na nota, a posição de confronto que alimentou um impasse de quatro meses, desde 21 de outubro, foi abandonada e a Seab está acelerando os procedimentos técnicos para fazer o abate sanitário do gado tecnicamente contaminado.
O governo federal também pretende promover o sacrifício sanitário o mais rápido possível. O superintendente do Mapa no Paraná, Valmir Kowalewski de Souza, disse que não quer fazer "futurologia", mas pretende concluir o trabalho rapidamente. Ele pediu a "contribuição" dos produtores, para evitar novas ações na Justiça, que protelariam as ações sanitárias.
A ocorrência dos novos focos no Paraná foi comunicada à Organização Mundial de Sáude Animal (OIE) pelo Mapa no último domingo, um dia antes da confirmação no âmbito interno. Os seis focos no estado se somam ao da Fazenda Cachoeira, em São Sebastião da Amoreira (Norte do estado), decretado em 6 de dezembro.
O Mapa estima em 4.500 cabeças o rebanho dos seis focos, localizados nas seguintes fazendas: Flor do Café (Bela Vista do Paraíso), Santa Izabel, (Grandes Rios), Cesumar e Pedra Preta (Maringá), Alto Alegre e São Paulo (Loanda). Os focos foram justificados pelo Mapa pela vinculação epidemiológica com um foco ocorrido no município de Eldorado (MS). "Segundo o Departamento de Saúde Animal (DSA) do Mapa, os animais originários de Mato Grosso do Sul permaneceram por oito dias em uma propriedade localizada no município de Bela Vista do Paraíso, de onde foram enviados para leilão em Londrina e comercializados. Todas as propriedades que receberam bovinos do referido leilão foram investigadas", diz a nota.
A confirmação ocorre exatos quatro meses desde que a Seab anunciou, em 21 de outubro, ter encontrado 19 animais oriundos de Mato Grosso do Sul com sintomas de aftosa, em quatro fazendas, nos municípios de Maringá, Grandes Rios, Loanda e Amaporã.
Numa tentativa de justificar o tempo passado entre a comunicação do primeiro foco e dos demais (mais de dois meses) o Mapa explica na nota que, nas dez propriedades, foi realizada investigação epidemiológica complementar, conduzida durante o mês de janeiro, incluindo análise sorológica de 2.205 amostras. Há mais de um mês, conforme apurou a Gazeta do Povo, o Mapa informou que os resultados destes exames já estavam em Brasília, mas até hoje não conseguiu esclarecer o motivo da demora na divulgação dos laudos.
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