Milhares de pessoas participaram da 24ª edição da Marcha para Jesus, que teve início neste sábado (22), às 09h45, na Praça Santos Andrade, no Centro de Curitiba. O ponto de partida foi o prédio histórico da Universidade Federal do Paraná (UFPR ).
Segundo a organização do evento, 300 mil pessoas eram esperadas para participar da caminhada pela Avenida Marechal Deodoro até a sede do governo do Paraná, no Centro Cívico. De acordo com a Polícia Militar (PM), 140 mil fiéis concluíram o trajeto, que passou pela Avenida Marechal Floriano Peixoto, Praça Tiradentes, Rua Barão do Serro Azul e Avenida Cândido de Abreu. Em 2015, a PM contabilizou 60 mil participantes e a Guarda Municipal 80 mil.
“Povo da Cruz”
O evento é internacional, mas, no estado, é organizado pelo Conselho de Ministros Evangélicos do Paraná (COMEP), que reúne mais de cinco mil igrejas de diferentes congregações evangélicas, entre elas, Assembleia de Deus, Igreja Quadrangular, Igreja Batista e Presbiteriana.
O tema deste ano “Somos o Povo da Cruz”, foi escolhido, segundo os organizadores, para lembrar a perseguição sofrida pelos cristãos em todo o mundo. A organização Portas Abertas, que investiga o assunto, estima que milhares de cristãos sejam mortos anualmente em razão de suas convicções religiosas.
Para o bispo Cirino Ferro, presidente do COMEP, a proposta do encontro é mostrar que a igreja evangélica não é restrita aos templos e ocupa as ruas. “Nossa intenção é lembrar o amor de Deus pela família, por Curitiba e incentivar a cultura da paz”, diz.
O público
Para animar o trajeto, oito caminhões de som fizeram o percurso transportando líderes das diferentes igrejas, políticos do estado e cantores gospel, que interpretaram ritmos que variaram do pop ao sertanejo. Eric Chedeloski, de 16 anos, participa da marcha há três edições e percebe uma alteração de cenário na capital. “É cada vez maior a quantidade de gente na rua. Curitiba está se abrindo à igreja e reconhecendo Jesus”, diz.
A grande maioria dos participantes foi formada por jovens, mas muitas famílias e idosos fizeram a caminhada. A aposentada Joana Simoni, de 63 anos, se reuniu ao grupo para, segundo ela, agradecer por nove curas espirituais que já recebeu. “Estava desviada da igreja e depois de hoje vou voltar”.
Daniel Kozien, de 39 anos, carregava a filha de dez anos no ombro. “O que transmitimos hoje às crianças, elas levam para o resto da vida. Sou viúvo e quero que minha filha tenha condições de se defender de oportunistas. Acho que a igreja pode ajudar nisso”.
Grupos com bandeiras do Brasil e camisetas de campanhas em defesa da família e do país também marcaram presença.
Protesto
Ao longo do percurso, o grupo parou algumas vezes para fazer orações e pedir “proteção à Curitiba”. Um dos carros de som fez isso ao passar em frente à Praça Tiradentes, onde um grupo de 20 jovens, a maioria também evangélica, questionava a marcha fazendo um protesto silencioso. Eles seguravam cartazes de crítica, por exemplo, à crescente relação entre igreja e política. “Questionamos o real propósito da marcha. Qual a razão de o grupo seguir até o Palácio do Governo e contar com vereadores e representantes políticos nos caminhões de som?”, pergunta Tamyres Palma Simmer, de 26 anos, professora de história e uma das coordenadoras do movimento “Marcha por quê?”.
Há cinco anos, o grupo aguarda a marcha passar. “Algumas pessoas chegam conversar, querem entender o que pensamos e nos apoiam, mas muitas nos tratam de maneira hostil ou nos dão abraços, achando que estão pagando com amor o que elas enxergam como provocação. Têm uma interpretação mínima sobre as coisas”, conta Tamyres. Gritos de “Jesus te ama!” também foram ouvidos quando os fiéis que seguiam o movimento passaram pelo grupo.
Shows
Ao meio dia, os caminhões de som e os participantes começavam a chegar ao Centro Cívico, onde um palco foi montado. Durante a tarde, acontecem shows com os cantores gospel Ton Carfi, Jonas Villar, Allan Reys e Samuel Barbosa, além do grupo Campeiros de Cristo. A partir das 17h, as atrações ficam por conta do Festival Novas Promessas, que integra a programação da Semana Cultural de Curitiba.
Bloqueios
De acordo com a Prefeitura de Curitiba, os bloqueios ao trânsito para o evento começaram na madrugada de sábado. A partir das 0h, a Rua Conselheiro Laurindo foi bloqueada entre a Travessa Alfredo Bufren e a Rua Marechal Deodoro, para estacionamento de caminhões de som do evento. Este bloqueio já terminou.
Entre às 6h e às 11h30, a Rua XV de Novembro também foi totalmente bloqueada a partir da Rua Tibagi para a montagem dos carros de som e a saída da marcha. Durante o início da caminhada, também houve bloqueio no cruzamento da Rua Cons. Laurindo com a Rua Benjamin Constant.
As ruas do trajeto da caminhada também foram totalmente bloqueadas, mas liberadas à medida que a marcha passou.
Diversos cruzamentos também ficam bloqueados durante a passagem dos participantes. São eles: Av. Mal. Floriano Peixoto com Rua André de Barros; Rua José Loureiro com Rua Barão do Rio Branco e com Av. Mal. Floriano Peixoto; Rua do Rosário com ruas Cruz Machado e Cândido Lopes; Rua Treze de Maio com ruas Duque Caxias e Trajano Reis; Rua Pres. Faria com Rua Carlos Cavalcanti e Av. João Gualberto; Acesso da Rua Riachuelo para Rua Inácio Lustosa; Rua Carlos Cavalcanti com Rua Riachuelo; Rua Heitor S. De França com Rua Ary Camargo Queiroz; Rua Mateus Leme a partir da Rua Carlos Cavalcanti (direção bairro); Rua Barão de Antonina com Rua Mateus Leme; Rua Aristides Teixeira com Rua Mateus Leme; Rua Ernani Santiago de Oliveira com Rua Papa João XXIII; Rua Lysimaco Ferreira da Costa com pista sentido Centro Cívico da Av. Cândido de Abreu; Rua Campos Sales com Rua Mauá; e Pista lenta da Av. João Gualberto (sentido Centro) com as ruas Augusto Severo e Mauá.
Das 10h às 21h, haverá bloqueios na Praça Iguaçu, desde a Av. Cândido de Abreu, na altura da Rua Lysimaco Ferreira da Costa até a rótula da Rua Dep. Mário de Barros.
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