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O grupo de aviões da Força Aérea Brasileira (FAB) que participou das festividades do 10º aniversário de Maringá
Ao fundo, vemos os vagões de passageiros que estavam lotados no momento em que o avião se chocou nas proximidades da Estação Ferroviária de Maringá
Este foi o mastro responsável pela tragédia. Estava instalado ao lado do palanque das autoridades
A multidão se aglomerou para verificar de perto o que havia ocorrido
Logo após o acidente, a equipe de apoio agiu rápido para evitar o alastramento do incêndio
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Na ocasião do 10º aniversário de Maringá, a municipalidade preparou um calendário repleto de festividades: desfiles de estudantes e funcionários de casas comerciais e entidades diversas pela Avenida Brasil; cerimônia de transferência do aeroporto local para o Ministério da Aeronáutica; homenagem ao gerente da Companhia Melhoramentos Norte do Paraná, Alfredo Werner Nyffeller; baile de gala no Aero Clube de Maringá, com a presença de Gastão Vidigal; e, no período noturno, a inauguração da Fonte Luminosa na Praça Raposo Tavares.

Além dessas atividades, aviões monomotores da Força Aérea Brasileira foram convidados para abrilhantar a festa e impressionar os presentes. Naquele fatídico maio de 1957, em meio aos cortejos que cruzavam a avenida principal, cinco aviões da FAB realizavam manobras arriscadas acima do grande público. Era a equipe da recém instituída Esquadrilha da Fumaça.

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A meteorologia daquele dia não era favorável a voos dessa natureza: o dia amanheceu nublado e permanecu com temperaturas elevadas até o período da tarde, quando uma chuva inesperada atrapalhou as festividades. Mesmo assim, a agenda do dia seguiu e marcou a história da Força Aérea Brasileira como uma de suas primeiras tragédias.

Após um voo rasante da aeronave de prefixo T-6-D-1634, que quase tocou o solo, o piloto arremeteu em busca da altitude necessária para estabilizar o controle do aeronave. Contudo, uma das asas bateu em um mastro fixado na Praça Raposo Tavares (local onde foi instalado o palanque das autoridades), soltando-se do avião.

Já desgovernado, o monomotor se chocou contra a uma estrutura da Rede Viação Paraná-Santa Catarina, na Estação Ferroviária, que ficava ao fundo desta Praça. Os dois ocupantes, 1º Tenente Dagoberto Seixas dos Anjos e 2º Tenente Afonso Ribeiro Melo, tiveram morte instantânea.

O acidente reduziu significativamente o número de presentes na cerimônia de transferência do Aeroporto local, até então de propriedade da Companhia Melhoramentos Norte do Paraná, ao Ministério da Aeronáutica. A programação do 10º aniversário de Maringá seguiria durante mais três dias.

Frank Silva, na época radialista da Rádio Cultura, foi quem transmitiu a informação, dando o primeiro "furo de reportagem". Daqueles que já estavam fixados na cidade no ano da tragédia, praticamente 8 em cada 10 pioneiros entrevistados presenciaram o fato. Muitos citam relatos ainda mais pitorescos: "A asa do avião caiu perto de mim"; "Eu fiz sinal para o avião subir"; "Nós sabíamos que algo iria acontecer".

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Finalizo com a lembrança de Antonio Mário Manicardi, o Nhô Juca: "(...) Os pilotos daquele avião que caiu haviam festado um dia antes em Londrina. Lá, eles se gabavam dizendo que iriam arrebentar em Maringá. Não é que arrebentaram mesmo?!"

Fontes: Acervo Maringá Histórica / Revista Maringá Ilustrada – Agosto de 1957 / Contribuição do Dr. Lúcio Zanato / Museu Bacia do Paraná.

* Miguel Fernando escreve aos sábados na Gazeta Maringá. Ele é bacharel em Turismo e Hotelaria e especialista em História e Sociedade do Brasil. É instituidor do Projeto Maringá Histórica, o qual se estende na coluna publicada na Gazeta Maringá e em outra, produzida para a Revista ACIM.